O Rio Grande do Norte vive um cenário crítico de desertificação severa, com 22 municípios entre os 100 mais afetados do Nordeste. O estado tem 95% do seu território suscetível ao processo, especialmente nas regiões do Seridó, Alto Oeste e Sertão Central.
Destaque: Lagoa Nova está com 58,20% do território desertificado, figurando entre os municípios potiguares mais ameaçados pela degradação ambiental.
Um estudo da Sudene revela que 18% do território brasileiro está sujeito à desertificação, grande parte no Nordeste, onde vivem cerca de 39 milhões de pessoas. No RN, os municípios mais afetados são Bom Jesus (84,8%), Passa e Fica (83,04%) e Vera Cruz (75,08%).
A desertificação avança em áreas com solo exposto, desmatamento e uso inadequado dos recursos naturais. Comunidades tradicionais e agricultores familiares estão entre os mais vulneráveis, pois dependem da terra para subsistência e preservação cultural.
O fenômeno está diretamente ligado à seca e estiagem, que fazem do RN um dos estados com maior número de decretos de emergência na última década. Segundo a CNM, os prejuízos da seca no Nordeste ultrapassam 209 bilhões de impactos registrados.
O governo estadual afirma que vem investindo em ações estruturantes, como:
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Conclusão de obras hídricas (Oiticica e Projeto Seridó Norte);
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Adutora do Agreste Potiguar;
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Recuperação de 28 barragens;
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Recepção das águas do Projeto de Integração do São Francisco pelo rio Piranhas-Açu.
O RN também saiu na frente ao regulamentar o Fundo de Combate à Desertificação, criado para financiar ações de prevenção e recuperação ambiental. Emendas parlamentares e parcerias com instituições como a ADESE devem viabilizar projetos de manejo sustentável, agroflorestas e recuperação de áreas degradadas.
O avanço da desertificação no estado reforça a urgência de políticas públicas permanentes e ações de monitoramento — especialmente em municípios com índices alarmantes, como Lagoa Nova (58,20%).

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