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Arena Palmeiras, um sonho interrompido |
O futebol amador é parte da alma das pequenas cidades, e em Lagoa Nova não é diferente. Um dos maiores símbolos dessa paixão foi — e ainda é — O palmeiras, um clube que nasceu da vontade e da coragem de alguns amigos que sonhavam com um time representando a cidade. A origem remonta ao ano de 1970, quando os fundadores Deca, Gogó e Manoel Gregório decidiram dar o pontapé inicial, mesmo sem um campo para jogar.
Naquela época, os desafios eram muitos. Faltava estrutura, apoio e até espaço físico. Foi então que entrou em cena o senhor Chicó Bernardino, um grande desportista e apaixonado pelo Palmeiras. Sensível à necessidade dos atletas, fez um gesto que ficou marcado na história: doou um terreno para que o time tivesse onde treinar e realizar suas partidas. Esse espaço, mais tarde, deu lugar ao Cemitério São Francisco e a um conjunto habitacional, fruto de uma permuta realizada na década de 1990, durante a gestão do então prefeito Genilson.
A troca garantiu ao Palmeiras um novo espaço, onde seria erguida a sede atual. O local foi murado, ganhou vestiários e uma cabine de rádio, tornando-se um verdadeiro ponto de encontro da comunidade esportiva. No entanto, em janeiro de 2022, fortes chuvas derrubaram parte do muro, e o campo deixou de oferecer condições para a prática esportiva. Foi o início de um período de inatividade para o clube.
Diante da situação, a diretoria da a Associação Desportiva e Cultural Palmeiras passou a buscar alternativas, e iniciou-se uma negociação para a troca do terreno por uma nova área. O plano era ousado e inspirador: construir a "Arena Palmeiras", um moderno complexo com campo de futebol society, campo com arquibancadas, vestiários, iluminação e até um espaço para eventos sociais. Seria um divisor de águas para o esporte local.
Porém, quando tudo parecia encaminhado, parte da diretoria decidiu não seguir com o projeto, inviabilizando o sonho da nova arena. Com isso, não houve vencedores — apenas perdas. Perdeu a Associação Desportiva e Cultural Palmeiras de Lagoa Nova, que viu seu projeto paralisado, e perdeu a comunidade, que ficou sem um espaço adequado para o fomento ao esporte e à cultura.
Conversei com alguns torcedores que acompanharam essa trajetória de perto, e o sentimento é de tristeza e desânimo. Para muitos, é difícil acreditar que o clube consiga retomar suas atividades nas atuais condições.
O Palmeiras de Lagoa Nova é mais do que um time. É parte da história viva da cidade. Que essa chama não se apague e que, no futuro, novas lideranças e iniciativas possam reerguer esse símbolo do esporte amador local.
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