Via: mblnews.org

Em Laranjeiras do Sul, interior do Paraná, um caso gravíssimo assustou a
todos: Paulo Henrique Mayer, professor, doutor e ex-diretor da
Universidade Federal da Fronteira do Sul, foi preso após espancar de
forma violenta o enteado de 11 anos que supostamente comemorava a
vitória do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro, PSL. O crime
ocorreu no dia 30 de outubro. A informação foi divulgada por Fernando
Tupan, do portal Bem Paraná, e confirmada por nossa equipe nesta segunda-feira, 5.
Uma denúncia anônima prestada ao plantão
do Conselho Tutelar de Laranjeiras do Sul fez com que uma equipe fosse
verificar o ocorrido. O menor foi encaminhado ao Hospital São José para
realizar exames de lesão corporal. Meyer chegou a ser preso em flagrante
sob acusação de agressão, sendo autuado pelo delegado Helder Lauria,
mas poucas horas depois foi solto mediante o pagamento da fiança de 2,5
mil reais. O boletim de ocorrência foi feito na Delegacia de Polícia
Civil de Laranjeiras do Sul e o processo judicial deverá correr em
sigilo, por conta da vítima ser menor de idade.
Uma das conselheiras que esteve no local
do crime relatou o fato em áudio. “Ao chegar lá, vendo a situação, a
gente teve que acionar a Polícia porque realmente a criança foi
espancada”, diz o áudio divulgado pelo Blog Meia Hora Notícias. A
conselheira informa que as armas usadas na agressão foram um reio de
surrar cavalo e um metal “que parecia ter uma argola”.
“Me impressionou muito. De todos os casos que a gente atendeu, esse foi o
que mais me chocou. A criança demonstrou medo. A gente procurou não
perguntar muitas coisas, até porque o Conselho Tutelar costuma levar a
criança para ser ouvida por uma psicóloga”, diz a conselheira explicando
o procedimento adotado pelo órgão.
Entramos em contato com o Conselho
Tutelar de Laranjeiras do Sul, mas não fomos atendidos pelo telefone.
Também enviamos e-mail para a Universidade Federal da Fronteira do Sul
pedindo um pronunciamento da Instituição sobre o caso. Questionamos o
motivo pelo qual o professor em questão ainda não demitido ou, ao menos
afastado, mas não tivemos resposta até o momento.
Antes do fechamento desta reportagem, a UFFS emitiu uma nota
oficial sobre o caso dizendo que “as instâncias competentes estão
analisando e julgarão o caso” e que a instituição “é contra a violência e
intolerância”. “Independente de quem seja o autor deste e de outros
atos violentos, repudiamos estas ações”, diz a nota assinada por Janete
Stoffel, diretora do Campus Laranjeiras do Sul.
Alunos da Instituição estão organizando protestos e exigindo a demissão do professor.
Leia a nota na íntegra:
Prezada Comunidade Universitária do campus Laranjeiras do Sul
O nome da Universidade Federal da
Fronteira Sul neste campus, vem sendo mencionado em canais de
comunicação em virtude de ato de violência ocorrido.
Comunico que oficialmente não recebemos informação sobre a autoria do ato, mas soubemos que o caso tramita em sigilo de justiça, o que preserva a identidade da criança envolvida. As instâncias competentes estão analisando e julgarão o caso.
É importante reforçar que somos contra a violência e intolerância, defendemos a Constituição Federal, os Direitos Humanos, a democracia e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Portanto, independente de quem seja o autor deste e de outros atos violentos, repudiamos estas ações.
Comunico que oficialmente não recebemos informação sobre a autoria do ato, mas soubemos que o caso tramita em sigilo de justiça, o que preserva a identidade da criança envolvida. As instâncias competentes estão analisando e julgarão o caso.
É importante reforçar que somos contra a violência e intolerância, defendemos a Constituição Federal, os Direitos Humanos, a democracia e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Portanto, independente de quem seja o autor deste e de outros atos violentos, repudiamos estas ações.
att
Janete Stoffel
Diretora do Campus Laranjeiras do Sul
Janete Stoffel
Diretora do Campus Laranjeiras do Sul
[Atualização
feita às 16:07 do dia 05/11: Nossa equipe continua apurando o fato após
a publicação da reportagem. Verificamos que Paulo Fernando Mayer foi
diretor do campus de Laranjeiras do Sul, e não reitor da UFFS como
noticiado em diversos veículos do Paraná. Também averiguamos que há a
suposição sobre a motivação da agressão, no entanto o processo está sob
sigilo judicial.]
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