quinta-feira, 5 de junho de 2025

Sem votação, medida provisória da gratuidade do Pix perde efeito

Medida provisória que reforçava gratuidade do Pix caduca sem ser votada pelo Congresso.

A medida provisória 1288/2025, que reforçava a gratuidade do Pix, perdeu validade na última segunda-feira (2) por falta de votação no Congresso Nacional. O texto, editado em fevereiro pelo presidente Lula, buscava conter a onda de desinformação sobre suposta taxação do sistema de transferências instantâneas.

Apesar da caducidade, a gratuidade do Pix permanece assegurada por normas já em vigor, como a própria resolução do Banco Central que instituiu o sistema.

O texto surgiu após a polêmica no final de janeiro em torno de uma instrução normativa da Receita Federal, revogada posteriormente, que aumentava a fiscalização sobre transferências acima de R$ 5 mil. A confusão gerou boatos, golpes e exploração política, o que levou o Ministério da Fazenda a reagir com a proposta legislativa.

A norma previa que pagamentos via Pix deveriam ter o mesmo valor que os feitos em dinheiro, proibindo a cobrança diferenciada. Também reforçava o sigilo bancário nas transações e vedava explicitamente qualquer tipo de imposto ou taxa sobre o uso do sistema.

Sem acordo entre Senado e Câmara, as comissões mistas de análise de medidas provisórias só voltaram a funcionar em abril. Até lá, outras pautas foram priorizadas e, mesmo tendo recebido prorrogação a medida seguiu sem ser votada. O texto recebeu quarenta sugestões de emendas durante sua validade.

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Petrobras reduz preço da gasolina A para as distribuidoras

Os preços de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras terão uma redução de 5,6%, a partir desta terça-feira (3). Segundo a empresa, o preço médio deste tipo de venda passará a ser de R$ 2,85 por litro, o que representa um recuo de R$ 0,17 por litro.

“Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para composição da gasolina C vendida nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará a ser de R$ 2,08 /litro, uma redução de R$ 0,12 a cada litro de gasolina C”, explicou a Petrobras em nota divulgada nesta segunda-feira (2), no Rio de Janeiro.

Incluindo a redução de amanhã, desde dezembro de 2022 a Petrobras recuou os preços da gasolina para as distribuidoras em R$ 0,22 / litro, ou seja, uma queda de 7,3%. “Considerando a inflação do período, esta redução é de R$ 0,60 / litro ou 17,5%”, informou.

Transparência

Para assegurar transparência no acompanhamento dos preços, a Petrobras publica no seu site informações relacionadas à formação e composição dos preços de combustíveis ao consumidor. 

Assim, eles têm também uma melhor compreensão do processo da companhia. Para buscar as informações basta acessar o link

5/6, Dia do Meio Ambiente: escolas incorporam mudanças climáticas e ESG no currículo

Frente à emergência climática, instituições de ensino inovam para formar cidadãos mais conscientes e engajados por um futuro sustentável

São Paulo, 04 de junho de 2025 - O ano de 2024 foi o mais quente da história, 1,6 graus acima da média do planeta antes do início da industrialização, segundo a agência de monitoramento climático da Europa, Copernicus. A emergência climática é uma realidade que afeta a todos, principalmente as gerações mais novas, que com maior expectativa de vida, vão presenciar muitos anos de um meio ambiente mais quente e com mais catástrofes ambientais.



Por isso, para as gerações em idade escolar, Z (nascidos entre os anos 1990 e 2010) e Alfa (nascidos a partir de 2010), a discussão sobre ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance - governança ambiental, social e corporativa) no ambiente escolar se torna essencial, estimulando a consciência socioambiental e promovendo uma formação cidadã ativa.



A Educação Ambiental é relativamente nova, com seu conceito tendo surgido em 1965, e a sociedade despertando para o tema apenas nas décadas de 1970 e 1980. E a partir de 2025, as instituições de ensino brasileiras são obrigadas pela Lei nº 14.926, de 17 de abril de 2024, a incluir em seus currículos os temas das mudanças do clima e da proteção da biodiversidade, garantindo que os projetos pedagógicos, na educação básica e no ensino superior, contem com atividades relacionadas aos riscos e emergências socioambientais e a outros aspectos relacionados à questão ambiental e climática.



Para despertar a atenção das crianças e jovens sobre o tema, educadores buscam práticas inovadoras nesse sentido, integrando a sustentabilidade ao dia a dia dos alunos por meio de projetos e metodologias interdisciplinares.



Disciplina obrigatória: história e ciência das mudanças climáticas



Na Escola Bilíngue Aubrick, localizada em São Paulo, capital, a sustentabilidade é um dos valores centrais da proposta pedagógica e está presente em todas as etapas da educação. As crianças pequenas, por exemplo, são envolvidas em campanhas de coleta seletiva e compostagem, e o aprendizado sobre questões ambientais segue até o ensino médio, quando os alunos estudam no currículo obrigatório a disciplina de “História e ciência das mudanças climáticas”.



Entre as iniciativas práticas realizadas na escola, se destacam ainda ações comunitárias, onde famílias e alunos são convidados a tornarem-se voluntários para coletar resíduos, lixo e entulho de locais públicos, como a margem de represas; além de estudos do meio, em que os estudantes visitam locais de relevância ambiental para um aprendizado experiencial. "A imersão nessas experiências proporciona uma compreensão profunda sobre os impactos ambientais e a importância da conservação", afirma a coordenadora pedagógica, Eloisa Monteiro.



A escola também tem parcerias com instituições como a cooperativa Yougreen, que promove a coleta de materiais recicláveis na escola e sua correta destinação; e a ONG Tramah Sustentabilidade, que realiza campanhas de reaproveitamento de livros e cadernos ao final dos anos letivos. "Essas iniciativas minimizam o impacto ambiental das atividades da escola, traduzindo-se em números de árvores poupadas e litros de água economizados pela comunidade estudantil", completa a coordenadora.

Metodologias ativas e aprendizado baseado em projetos científicos

O Brazilian International School – BIS, da capital paulista, tem um compromisso firme com a sustentabilidade e as mudanças climáticas, incluindo os temas no currículo e na rotina escolar. Disciplinas como Global Perspectives, Biologia, Ciências, Geografia e Química promovem atividades que incentivam a conscientização ambiental dos alunos, tornando a aprendizagem mais significativa.

Os docentes recebem formações sobre educação ambiental para integrar o tema às suas disciplinas, enquanto os alunos são estimulados a criar soluções sustentáveis para desafios reais, fortalecendo o senso de responsabilidade socioambiental. O conhecimento adquirido é reunido e amplificado em uma mostra cultural com temática sobre ESG, um evento interativo que envolve exposições, painéis informativos e atividades práticas. “A participação ativa dos alunos e professores é incentivada por meio de metodologias ativas, como aprendizado baseado em projetos e experimentação científica", destaca o coordenador pedagógico Henrique Dias.

A escola também possui outras iniciativas, como uma horta escolar sustentável, onde os alunos aprendem conceitos de agricultura orgânica e compostagem, e a coleta seletiva e reciclagem, que incentiva o correto descarte dos resíduos. "Nosso objetivo é desenvolver o protagonismo dos alunos na construção de soluções sustentáveis", acrescenta Dias.

Arte como ferramenta de conscientização

A Escola Internacional de Alphaville, em Barueri, utiliza a linguagem teatral para discutir sustentabilidade e mudanças climáticas. A escola realiza o projeto "Acting for Climate Change". Promovido pelo Creativity Thinking Institute e pela UNESCO, com parceria da Fundação SOS Mata Atlântica e do International Drama Education Association (IDEA), a iniciativa já foi premiada com o “iSP Changemakers” e com o "International Creativity in Education for Climate Change".

A proposta é utilizar de forma criativa o tema da sustentabilidade e das mudanças climáticas. Trata-se de um projeto interdisciplinar envolvendo as disciplinas de Teatro, Geografia e Global Studies, reunindo cerca de 60 estudantes do nono ano do Ensino Fundamental.

O espetáculo "Acting for Climate Change" será protagonizado pelos próprios estudantes e encenado no teatro da escola durante a Semana do Meio Ambiente, com apresentações abertas ao público. A turma passa boa parte do primeiro semestre no ano dedicando-se ao processo criativo, desde o desenvolvimento da dramaturgia original da peça, leituras do texto, até o cenário.

"O teatro tem o poder de sensibilizar e provocar reflexões profundas sobre questões ambientais. Desta forma, queremos preparar uma nova geração de estudantes mais conscientes e engajados com as questões sociais e ambientais, incluindo a educação ambiental e a formação cidadã como parte da aprendizagem", completa a professora de teatro e dramaturga, Dra. Elaine Lavezzo.

 

No Rio Grande do Norte, 175 agências dos Correios atendem aposentados e pensionistas para contestação de descontos indevidos

Parceria com o INSS permite o serviço gratuito em mais de cinco mil agências em todo o país, promovendo inclusão e atendimento humanizado
Desde 30 de maio, aposentados e pensionistas do Brasil todo passaram a contar com a opção de atendimento presencial para tratar de descontos associativos não autorizados em seus benefícios. Agora, é possível consultar, contestar e acompanhar a análise de descontos indevidos diretamente nas agências dos Correios.

No Rio Grande do Norte, são 175 agências dos Correios habilitadas para acolher os beneficiários e atender 166 municípios do estado. A cidade potiguar com maior número de agências é a capital, Natal, com dez pontos de atendimento. Na sequência aparecem Parnamirim, Mossoró e Tibau do Sul, com duas agências, cada.


ABRANGÊNCIA NACIONAL – São mais de cinco mil agências participantes em todo o território nacional. O serviço foi concebido especialmente para quem tem dificuldade com atendimento pelos canais digitais, como o aplicativo Meu INSS ou a Central 135.

A iniciativa amplia de forma significativa a rede de atendimento presencial para beneficiários do INSS, especialmente em localidades sem unidades próprias do INSS. Além disso, fortalece o papel dos Correios como braço do Governo Federal no enfrentamento às fraudes que prejudicaram idosos.

“Queremos alcançar justamente quem mais precisa: pessoas que não conseguiram resolver as situações pelo aplicativo ou pelo telefone 135”, afirma o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior. “Nosso objetivo é garantir que ninguém fique de fora. Por isso, a parceria com os Correios é estratégica. É esse atendimento mais humano e próximo que o nosso público merece e precisa.”

LOCAIS SEM AGÊNCIA HABILITADA — Para regiões ainda não atendidas pelas agências habilitadas, ações itinerantes e mutirões de atendimento estão sendo planejadas. O objetivo é garantir a universalização do serviço.

SEGURANÇA – A parceria prevê protocolos rigorosos de segurança, com atendimento feito exclusivamente por profissionais treinados em unidades próprias dos Correios. Todos os dados dos beneficiários são tratados com base na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo confidencialidade e rastreabilidade.

Nas agências, aposentados e pensionistas podem:Consultar se houve algum desconto em seu benefício
* Contestar descontos não autorizados
* Confirmar se algum desconto foi autorizado
* Acompanhar o resultado da contestação (após 15 dias úteis)
* Analisar documentos enviados por associações
*Receber protocolo de atendimento com orientações para continuar pelo 135 ou pelo aplicativo Meu INSS

GOLPES — Ninguém do INSS ou dos Correios está autorizado a ir até sua casa para oferecer esse serviço. O atendimento é feito apenas pelo aplicativo, pelo site do INSS, pela Central 135 e, agora, presencialmente nas agências dos Correios.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Arqueóloga Niède Guidon morre aos 92 anos

Ela dedicou sua vida à pesquisa e à preservação da Serra da Capivara
A arqueóloga Niède Guidon, que dedicou sua vida à pesquisa e à preservação da Serra da Capivara, no Piauí, morreu nesta quarta-feira (4) aos 92 anos. A informação foi divulgada nas redes sociais do parque. A causa da morte não foi informada.

Ela revelou ao mundo as pinturas rupestres do parque que mudaram o conhecimento sobre o povoamento das Américas.


“Com coragem, paixão e compromisso com a ciência, fundou a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) e lutou por décadas para proteger e divulgar a riqueza arqueológica do Brasil. Sua trajetória deixa um legado imensurável para a ciência, a cultura e a memória do nosso país. Seu nome está eternamente gravado na história”, diz comunicado do parque.

No ano passado, a arqueóloga recebeu o Prêmio Almirante Álvaro Alberto 2024. A premiação, concedida anualmente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Marinha do Brasil, é um reconhecimento aos cientistas brasileiros que contribuíram de forma significativa para a ciência e tecnologia do país e se deu durante a Reunião Magna da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Esse foi mais um título para a cientista que já foi condecorada com a Ordem do Mérito Científico, Grã-Cruz, do MCTI; além de ter conquistado o Green Prize, da organização pacificista e ecológica Paliber; o Prêmio Príncipe Klaus, do governo holandês; o Prêmio Fundação Conrado Wessel de Cultura; o prêmio Cientista do Ano, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); o Prêmio Chevalier de La Légion d'Honneur, do governo francês.


Segundo o CNPq, ao longo de sua carreira, Niède identificou mais de 700 sítios pré-históricos, entre os quais 426 paredes de pinturas antigas e evidências de habitações humanas antigas na área da Serra de Capivara, no Piauí.
Repercussão

A escritora Adriana Abujamra, autora do livro Niéde Guidon — Uma Arqueóloga no Sertão, afirma que a especialista fez uma revolução feminina no interior do Piauí ao chegar no local, na década de 1970.

“Ela proporcionou uma revolução das mulheres. Ela contratou só mulheres para porteiras do parque. A chefe do parque hoje era uma menina quando a Niède chegou. Ela foi inspirada pela Niède. Ela falava em proteção do meio ambiente numa época em que pouca gente falava disso. Se não fosse o trabalho dela, talvez nem tivéssemos as pinturas rupestres e a fauna e a flora preservadas”.

Segundo Adriana, Niède chamou a atenção para a grande resiliência da caatinga e mudou os rumos não só da arqueologia como de toda a região.


“Ela colocou o Brasil no mapa da discussão da arqueologia do mundo na questão da ocupação das Américas por mais controversa que fosse a posição dela naquela época. A importância dela vai muito além da arqueologia. A Niède transformou aquela região. A primeira universidade federal no interior do Nordeste existe em São Raimundo Nonato pelo afinco dela”.

Em nota, o governo do Piauí disse que a arqueóloga transformou milhares de vida na caatinga e seu legado estará sempre na memória e no coração dos piauienses. Segundo o comunicado, desde 1973, quando chegou à região da Serra da Capivara, Niède mudou os rumos da arqueologia brasileira e do primeiro registro do homem americano nas Américas, Ali, ela encontrou a riqueza de mais de mil sítios arqueológicos e pinturas rupestres datadas de até 12 mil anos de idade.

“Tornou sua missão o reconhecimento destas riquezas e transformou a vida de sertanejos com diversos programas sociais. Para ela, desenvolver e prosperar o Parque Nacional da Serra da Capivara era sinônimo de melhorar a vida de cada piauiense que por ali se encontrava”, diz o governo.

O diretor do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alexandre Kellner, disse que recebeu com enorme consternação a notícia do falecimento de uma das principais arqueólogas do país.

“As contribuições realizadas pela professora Niède Guidon ficarão reverberando por bastante tempo, não apenas no campo da arqueologia, mas também em todos aqueles que atuam para a preservação do patrimônio científico, histórico e cultural do nosso país”.

Peças arqueológicas do quilombo de Sibaúma (RN) são recuperadas após mediação do MPF

O Iphan fará análise técnica e discutirá a destinação das peças com a comunidade
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) recuperou 516 artefatos arqueológicos retirados irregularmente do território quilombola de Sibaúma, no Rio Grande do Norte, na década de 90. Após recomendação e mediação do Ministério Público Federal (MPF), um historiador local entregou voluntariamente as peças, no último dia 26 de maio.

O sítio arqueológico está localizado no município de Tibau do Sul, no litoral sul do estado, a aproximadamente 87 km do centro de Natal, e foi certificado oficialmente como um remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares, em 2005.

De acordo com o Iphan, “os bens foram entregues acondicionados em seis caixas de papelão, contendo material lítico, cerâmico, metálico, vítreo e orgânico, sendo recebidos sob reserva de conferência e armazenados sob custódia desta Superintendência, em conformidade com as orientações do Ministério Público Federal”.

O instituto irá conduzir análise técnica detalhada das peças para que a destinação seja discutida com o MPF e a comunidade de Sibaúma. As ações serão retomadas com o término da greve nacional dos servidores da cultura, deflagrada em abril deste ano.

Educação patrimonial – Na recomendação encaminhada ao Iphan em 2024, o MPF também indicou a implementação de ações na comunidade voltadas à educação patrimonial, além da construção de um museu comunitário no território quilombola de Sibaúma.

O MPF recomendou ainda o levantamento de todos os empreendimentos não autorizados que afetam sítios arqueológicos em Tibau do Sul. A autarquia deve tomar as medidas necessárias para a regularização ou paralisação dessas instalações. Os prazos para cumprimento das medidas também dependerão do retorno das atividades laborais no Iphan.

Irregularidades – A recomendação é resultado de inquérito aberto, em 2022, pelo MPF para investigar retiradas indevidas e inadequações na guarda e conservação de peças arqueológicas do território quilombola de Sibaúma. Durante as investigações, o Iphan informou que não autorizou pesquisas arqueológicas em nome do historiador.

Segundo o MPF, particulares só podem realizar escavações arqueológicas em terras de domínio público ou particular, mediante a permissão da União, por meio do Iphan. Além disso, é necessário que o pedido de permissão seja acompanhado de informações precisas sobre o local, o volume e a duração aproximada dos trabalhos, bem como a comprovação da idoneidade técnico-científica e financeira do requerente e a identificação do responsável pelos trabalhos.

Primeiras ocupações – De acordo com o historiador, durante as escavações que realizou, entre 1992 e 1999, foram descobertos novos indícios das primeiras ocupações indígenas e quilombolas na região. Segundo ele, foi identificada a presença de uma ruína de um antigo engenho, conhecido por alguns moradores como 'casa de farinha’.

O pesquisador ainda informou que tentou estabelecer um museu local para preservar a história e as peças encontradas. No entanto, segundo ele, devido a ameaças, roubos de peças e conflitos com lideranças locais, retirou-se da comunidade, mantendo as peças arqueológicas sob sua guarda até o momento.

BC lança o Pix Automático nesta quarta-feira; saiba como funciona

Ferramenta servirá como alternativa ao tradicional débito automático
O Banco Central lança nesta quarta-feira (4) uma novidade para pagamentos recorrentes de contas e boletos: é o PIX automático.

O problema não é falta de dinheiro. Vira e mexe, o empresário Rodrigo Chalube se esquece de pagar alguma conta:

“Acontece bastante. Recentemente, meses atrás, fui... Precisei de atendimento médico e, chegando lá, não pude ser atendido porque eu havia esquecido de pagar o boleto do plano de saúde. Ainda que seja recorrente, acaba caindo no esquecimento”, conta.

O PIX Automático vai facilitar o pagamento de despesas recorrentes como mensalidades escolares, planos de saúde, academia, assinaturas de streaming, serviços em geral. É bem mais simples que o débito automático, que depende de convênio entre o cobrador e o banco do cliente. O pagador só precisa programar o pagamento.

Empresas de qualquer tamanho ou setor podem se valer da ferramenta para receber pagamentos periódicos. Basta enviar ao cliente uma solicitação para que ele autorize os pagamentos. O pagador faz isso no aplicativo do banco onde ele tiver conta e, uma vez autorizados, os débitos serão automáticos, nas datas acertadas, mesmo fins de semana e feriados, e o valor máximo. O presidente do Banco Central explica que esse limite facilita o pagamento nos casos de contas que não têm valor fixo, como conta de água e luz.

“Você põe um limite máximo que pode ser debitado, entendeu? Você fala assim: ‘Meu limite máximo é esse’. Isso foi você que definiu. A data do vencimento, você tem que combinar com a empresa que está lhe cobrando”, afirma Gabriel Galípolo.

Se vier acima do limite máximo?

“Aí você vai ter que alterar isso e, provavelmente, a empresa vai te comunicar que não conseguiu debitar o valor integral”, explica o presidente do Banco Central.

O pagador terá a opção de cancelar ou modificar a autorização, como data e valor, até a meia-noite do dia anterior ao débito programado. A modalidade "automático" dispensa a chave PIX. Bastam os dados bancários de quem vai receber o pagamento - número da conta, agência.

Esse novo PIX é gratuito para pessoas físicas, as pagadoras. O PIX Automático será lançado nesta quarta-feira (4), em São Paulo, e começa a funcionar a partir do dia 16. Ele chega como uma alternativa a quem não tem cartão de crédito, por exemplo, e precisa garantir um pagamento regular. A expectativa do Banco Central é que essa nova modalidade simplifique os pagamentos e ajude a reduzir a inadimplência, além de facilitar o controle de caixa às empresas.

"Hoje você tem 60 milhões de brasileiros que não têm cartão de crédito e vão poder agora assinar esse tipo de serviço. Então, é um grande benefício para essas pessoas com um custo menor para os dois lados, porque você não tem mais que pagar tudo o que você teria que pagar para fazer pelo arranjo anterior. Academia, um serviço de streaming, uma assinatura que você tenha de jornal. Todos esses serviços que você tem com pagamentos recorrentes, você vai poder programar através do PIX Automático", explica Galípolo.

Junho: Mês das festas juninas com tradição e respeito à lei nº 0871/2024

O mês de junho chegou, trazendo consigo uma das épocas mais queridas e animadas do calendário brasileiro: as festas juninas. Celebradas em homenagem aos santos populares Santo Antônio, São João e São Pedro, essas festividades carregam tradição, fé, alegria e uma forte identidade cultural, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

A Magia das Festas Juninas
As festas juninas encantam gerações com sua estética colorida e rústica, composta por bandeirolas, balões, fogueiras e músicas típicas. Um dos pontos altos é a quadrilha junina, dança coletiva que simula um casamento no interior, com direito a noivo, noiva, padre e até delegado. Homens e mulheres se vestem com trajes caipiras, pintam bigodes, usam chapéus de palha e entram no clima com muita alegria e humor.

Além das quadrilhas, outras atrações como pau de sebo, correio elegante, pescaria, casamento matuto e outras brincadeiras tradicionais garantem momentos de descontração e integração entre crianças, jovens e adultos.

 As Delícias da Culinária Junina

Outro grande atrativo das festas juninas é a culinária típica, marcada por sabores que remetem ao campo e às raízes do povo nordestino. As comidas são, em sua maioria, à base de milho, e ganham espaço especial nas barracas de festas e nas mesas das famílias. Entre os pratos mais populares estão:

Milho verde cozido ou assado
Pamonha
Canjica
Curau
Arroz doce
Bolo de milho
Cuscuz
Paçoca
Quentão e outras bebidas típicas

Essas delícias são preparadas com carinho e afeto, e ajudam a manter viva a memória afetiva das festividades juninas.


Fogos de Artifício: Alegria com Responsabilidade

Os fogos de artifício, tradicionalmente usados para marcar o início das comemorações juninas, também fazem parte desse cenário festivo. Contudo, é preciso lembrar que o estampido dos fogos pode causar transtornos a muitas pessoas. Crianças, idosos e pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) são especialmente sensíveis aos ruídos altos, que podem gerar crises de ansiedade, medo e até dor física.

Pensando nisso, o município de Lagoa Nova conta com a Lei Municipal nº 0871/2024, sancionada em 23 de outubro de 2024, que proíbe a utilização de fogos de artifício com estampido, permitindo apenas aqueles classificados como silenciosos. O objetivo da lei é preservar o bem-estar social, a saúde da população e o meio ambiente.

 Celebrar com Consciência

É possível manter a tradição e o brilho das festas juninas sem abrir mão do respeito ao próximo. O uso de fogos silenciosos, luzes decorativas, balões luminosos e espetáculos musicais são alternativas seguras e inclusivas que permitem que todos participem das celebrações.

Além disso, a lei prevê multas para quem descumprir a norma, com penalidades que incluem cassação de alvará em caso de reincidência por parte de empresas.

Que neste São João, celebrem com alegria, união e consciência. Que as fogueiras aqueçam corações, as quadrilhas façam sorrir e que o respeito pelo outro seja sempre a estrela maior dessa linda tradição brasileira.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Matilde Pereira celebra 85 anos de vida e legado em Lagoa Nova

Matilde , ladeada por sua prole

No último dia 30 de maio, a família Pereira teve um motivo especial para celebrar: o aniversário de 85 anos de Dona Matilde da Costa Pereira, matriarca que representa uma geração de mulheres fortes, sábias e resilientes. Nascida em 29 de maio de 1940,  Matilde cresceu em Lagoa Nova, cidade que acompanhou ao longo das décadas em suas transformações sociais, culturais e econômicas.

Primogênita de uma numerosa família, desde cedo aprendeu a importância do trabalho e da responsabilidade. Ainda jovem, ajudava nas tarefas domésticas e no cuidado com os irmãos, desenvolvendo o senso de liderança e solidariedade que marcaria toda a sua trajetória.

Matilde, ladeada por netos e netas 

O casamento com Tota Pereira, um homem dedicado aos negócios e frequentemente ausente devido às viagens, trouxe desafios que ela enfrentou com equilíbrio e sabedoria. Matilde assumiu a condução do lar com firmeza e ternura, sendo referência para os filhos, a quem ofereceu uma base sólida de educação, valores e afeto. Sua casa tornou-se um verdadeiro refúgio para a família — um espaço de acolhimento, diálogo e amor.

Matilde, ladeada por irmãos 

Com o passar dos anos, os filhos constituíram suas próprias famílias, e a presença de netos, noras e genros deu novo ritmo à vida da matriarca. Mesmo assim, Matilde nunca se distanciou dos assuntos da família, mantendo-se ativa como conselheira e sempre interessada nos negócios que envolviam agricultura, pecuária e comércio.

Mulher de fé, participou ativamente da vida religiosa em sua comunidade, frequentando a igreja com regularidade e valorizando todas as expressões de crença. Para ela, o exercício da fé era íntimo e respeitoso, sempre guiado por princípios de bondade e tolerância.

Ao longo da vida, enfrentou perdas e provações, mas manteve-se firme, sustentada pela espiritualidade e pelo amor da família. Mesmo discretamente, sempre esteve atenta às questões sociais e políticas, refletindo sobre o mundo com a serenidade de quem já viveu muito e aprendeu com cada etapa do caminho.

A celebração de seus 85 anos não foi apenas a comemoração de uma data, mas o reconhecimento de um legado. Matilde é exemplo de força, dedicação e amor incondicional, e continua sendo um alicerce para todos que a cercam.

Parabéns, Matilde, por sua história e pelo impacto que deixa na vida de tantos.

Lagoa Nova: O esporte que resiste na capital da serra

A cidade de Lagoa Nova, localizada no coração da Serra de Santana, é reconhecida por seus diversos potenciais naturais, turísticos e culturais. No entanto, há um aspecto da vida social lagoanovense que merece atenção especial: o esporte. Em especial, o futebol amador, que pulsa com vigor na zona urbana e, principalmente, na zona rurail do município.

Hoje, o esporte amador em Lagoa Nova é um dos mais ativos da região. São diversas  equipes formadas por atletas que, movidos pela paixão pela bola, organizam campeonatos, torneios e eventos  sem o devido apoio ou infraestrutura adequada. Paradoxalmente, enquanto a cidade é considerada por muitos como a "Capital da Serra", o esporte — em especial o futebol de campo — sobrevive à margem das prioridades do poder público.

América de Chico Adão: No estádio Othon Ozório, Cerro Corá

Em mais de 40 anos de história política recente, Lagoa Nova passou por 10 mandatos de prefeitos, com alternância entre grupos políticos distintos, os populares “bacuraus” e “bicudos”. Porém, apesar das mudanças no comando administrativo, uma necessidade básica da população foi sistematicamente ignorada: a construção de uma praça esportiva municipal à altura da paixão esportiva do povo lagoanovense.

Estádio Inácio Clementino - Bodó 

Enquanto cidades vizinhas como Cerro Corá, Bodó e Santana do Matos já contam com estádios municipais estruturados — com gramado, vestiários e iluminação para atividades noturnas — Lagoa Nova ainda carece de um espaço digno para seus atletas. Isso não apenas limita o desenvolvimento do futebol local, como também desmotiva a juventude que busca no esporte uma alternativa de lazer saudável e até mesmo uma oportunidade de crescimento pessoal.

Estádio João Tavares. Santana do Matos 

É importante ressaltar que o futebol amador em Lagoa Nova vai além do simples entretenimento. Ele representa identidade, pertencimento e inclusão social. A cada final de semana, comunidades rurais se mobilizam, promovendo integração e movimentando a economia local com a venda de lanches, bebidas e outras atividades que giram em torno dos jogos. O esporte, portanto, não é apenas uma paixão — é um ativo social e econômico.


A ausência de um estádio municipal não diminui a grandeza do futebol lagoanovense, mas impõe um desafio contínuo. A resistência dos atletas e das comunidades é louvável, mas não deveria ser necessária. É hora de o poder público reconhecer a importância do esporte como ferramenta de cidadania e investir de forma concreta na construção de uma estrutura que valorize os talentos locais e ofereça condições dignas para o seu desenvolvimento.

A capital da serra já é destaque em tantas frentes. Que também possa ser exemplo de valorização do esporte, com políticas públicas à altura do entusiasmo e da dedicação do seu povo. Porque em Lagoa Nova, o amor pelo futebol já existe. Falta apenas o campo onde ele possa brilhar.