sábado, 28 de abril de 2012

Brasil enfrenta problemas como pobreza e obesidade no campo da nutrição em saúde pública.

obesidade

combate à pobreza também é um desafio dos nutricionistas conforme disse hoje (27), à Agência Brasil, o presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva), Luiz Augusto Facchini. A entidade promove de hoje à segunda-feira (30), na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o Congresso Mundial de Nutrição em Saúde Pública (Rio 2012).

De acordo com Facchini, apesar dos avanços registrados até agora, o Brasil ainda tem alguns desafios na área de nutrição em saúde pública. Um dos avanços citados por ele foi a redução da desnutrição infantil de 20% para cerca de 5% ou 6% atualmente. “Foi uma redução muito impressionante”, disse.

A redução da pobreza foi outro ganho que o país obteve a partir de programas de transferência de renda e de transferência condicionada, entre os quais se destaca o Bolsa Família, que é referência no debate internacional. No entanto, Facchini destacou que o país tem ainda 16 milhões de habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza, o que representa um desafio. Segundo ele, há a necessidade de serem efetuados novos esforços para resgatar essas pessoas dessa condição precária de vida.

— Se nós conseguirmos aumentar a renda das pessoas que ganham R$ 1 por dia para R$ 16 diários, poderíamos reduzir a insegurança alimentar grave, que é a fome e a falta de recursos para comprar comida. Poderíamos reduzir isso em mais de 20 ou 30 vezes. Precisamos, de fato, de políticas que resgatem a população da pobreza e da miséria. E o Brasil pode contribuir para esse cenário internacional de maneira importante.

Outro problema que o país enfrenta, conforme ressaltou, é uma expressiva parcela da população com sobrepeso. “Mais da metade da população já começa a dar sinais de sobrepeso”. Segundo Facchini, a obesidade é um problema grave de saúde pública no país, com consequências mais perversas, inclusive, para as populações mais pobres, que comem mais alimentos processados, com grande quantidade de ingredientes à base de gordura, sal e carboidratos.

— São alimentos de pior qualidade, mais baratos e mais comumente oferecidos pelas grandes empresas.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

João Maria Assunção participa de Curso de Marketing político.

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Zé lins e João Maria Assunção
O pré - candidato a prefeito de Lagoa Nova João Maria Assunção está participando em Currais Novos, do Encontro de Marketing Político, além dos pré candidatos a cargos públicos, estarão presentes profissionais que atuam em campanha política e demais experts  em Marketing, estarão presentes nesse evento. O curso será realizado nos dias 27 e 28 de Abril, o auditório do IFRN, irão Receber grandes nomes que se destacaram em campanhas políticas do Brasil.

Em PE, ministro libera crédito de R$ 1 bilhão para combate à seca no NE

Governadores se reuniram na Sudene, no Recife, nesta quinta-feira.
Convênios foram assinados e comitês organizados para enfrentar a seca.

sudene Representantes estaduais em reunião no Recife

Uma linha de crédito emergencial para ajudar pequenos, médios e grandes agricultores, da ordem de R$ 1 bilhão, foi anunciada nesta sexta-feira (27) pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, durante a reunião do 14º Conselho Deliberativo (Condel) da Superitendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Os recursos são provenientes do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Além desta linha de crédito, convênios foram assinados e comitês foram organizados com o intuito de combater os efeitos da estiagem na região Nordeste.

O encontro da Sudene aconteceu no Instituto Ricardo Brennand, no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, e reuniu representantes dos estados atingidos pelo problema da estiagem. A reunião foi comandada pelo ministro Fernando Bezerra Coelho e contou ainda com os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos; de Alagoas, Teotônio Vilela Filho; do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini; do Ceará, Cid Gomes; da Paraíba, Ricardo Coutinho; de Sergipe, Marcelo Déda; o vice-governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho; o vice-governador do Espírito Santo, Givaldo Vieira; e o secretário de Planejamento da Bahia, José Sérgio Gabrielli.

A reunião serviu para discutir as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff, na segunda-feira (23), em Aracaju (SE) com o objetivo de tentar reduzir as consequências da seca nas regiões do semiárido brasileiro. Dentre as medidas priorizadas nesta quinta-feira, estão os convênios que representantes estaduais assinaram, relativos ao programa Água Para Todos, visando ampliar a oferta de água por meio de cisternas, barreiras e sistemas de abastecimento.
Bezerra Coelho assinou contrato na ordem de R$ 340 milhões para combater a estiagem que assola a região todos os anos. Os governadores assinaram 17 convênios para a construção de 2,4 mil sistemas simplificados de abastecimento, 1.199 barreiras e 2,4 mil poços. As 32 mil cisternas que deveriam ser construídas até dezembro deverão ficar prontas em julho.

Cada governo assinou convênios para combater seca (Foto: Vitor Tavares / G1)

cada governo assinou convênios para combater a seca

No encontro, também foram garantidos o Seguro-Safra para agricultores e pecuaristas atingidos. Cada prejudicado receberá o auxílio de R$ 680, divididos em 5 parcelas. Os que não têm direito ao Seguro-Safra receberão a Bolsa Estiagem, no valor de 400 reais, também dividido em 5 parcelas, que serão pagas já a partir de maio. “São decisões muito importantes para combater essa questão da seca na Região; é uma ajuda necessária”, disse o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Comitês

Cada estado participante da reunião terá que formar, até a próxima segunda-feira (30), dois comitês para fiscalizar a acelerar obras que ajudem no problema da estiagem: o Comitê Integrado de Combate à Seca e o Comitê Gestor do Programa Água Para Todos. "É um comitê executivo, que vai funcionar até o final do ano para acompanhar as ações estaduais. Eles terão que encaminhar semanalmente para Brasília um relatório sobre a situação de cada estado", comentou o ministro Fernando Bezerra Coelho.

Os comitês serão formados por representantes técnicos da Defesa Civil e dos ministérios do Desenvolvimento Social, Minas e Energia, Desenvolvimento Agrário, além de representantes do exércitos. Os integrantes dos estados deverão ser indicados pelos governadores.

Programas do MDA garantem renda e mantêm homem no campo

topo Mel, polpa de frutas, doces e hortifrutigranjeiros têm mudado a realidade de moradores do interior do Ceará. Antes, as dificuldades em se manter no campo fizeram com que o agricultor Antônio Braga Alves, 33 anos, tentasse ganhar a vida como servente de obras na cidade grande na década de 1990. A investida não deu certo. “Não me adaptei ao serviço, eu sei mesmo é plantar”, justifica. Hoje,  sustenta a mulher e os dois filhos fazendo o que gosta. E assegura: não tem mais motivos para deixar a atividade agrícola. Antônio vende seus produtos aos mercados institucionais por meio da Cooperativa Agroecológica da Agricultura Familiar do Caminho de Assis, de Maranguape (CE) (Cooperfam). “Com a renda garantida, dá para permanecer aqui, onde é o melhor lugar para se viver, exercer minha atividade e criar meus filhos”.

Parte dos agricultores, inclusive Antônio, passa o que produz para a Cooperfam.  A entidade tem 284 cooperados e comercializa 95% dos produtos via programas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) – Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e de Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Vender para os mercados institucionais melhorou a autoestima das pessoas, elas ficaram com vontade de produzir novamente. Como Maranguape está próxima à região metropolitana, a tendência de abandonar o campo era muito forte. Antes, a agricultura estava totalmente esquecida, com as novas políticas voltadas para a agricultura familiar as coisas mudaram muito por aqui. Toda semana tem gente nova querendo entrar para a cooperativa”, diz o presidente da Cooperfam, Airton Kern.

Antônio mora no Assentamento de Salgado,em Maranguape, município cearense a 30 quilômetros de Fortaleza. Lá,16 famílias de agricultores familiares vivem em uma área de 208 hectares comprada com recursos obtidos pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). “Aqui trabalham quatro grupos de quatro pessoas, cada grupo paga uma taxa anual para quitar a dívida”, explica, Maximino Pires, fundador do assentamento.

Todos os cooperados são agricultores familiares, segundo Airton.  A entidade comercializa mais de 20 produtos diferentes, entre eles mel, polpa de frutas, doces e itens de hortifrutigranjeiros. Em 2011, a Cooperativa vendeu mais de R$ 430 mil pelo PAA e R$ 300 mil pelo PNAE – somente a escolas estaduais, sem contar as federais e municipais. “A meta para este ano é manter os contratos, estamos aguardando as chamadas públicas”, relata Airton.

A Cooperfam espera potencializar ainda mais a comercialização por meio da Rede Brasil Rural (RBR) – ferramenta virtual, criada pelo MDA, que organiza toda a cadeia produtiva da agricultura familiar. Por meio do portal, os agricultores podem comprar insumos, vender produtos e ter acesso aos editais de compras de alimentos para a merenda escolar. “Participamos da oficina de capacitação do MDA em março e nos cadastramos. Vamos comercializar pelo portal o mel de abelha e a polpa de fruta” comenta o presidente da Cooperfam.

Motivação

“Antes, os agricultores estavam organizados em uma associação. Com a Lei do PNAE, que estabelece, entre outras coisas, que 30% da merenda escolar seja comprada da agricultura familiar, eles ficaram motivados a crescer. Então criaram a cooperativa e tiraram a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) jurídica para facilitar a emissão de notas. Daí passaram a acessar o PAA e o PNAE”, conta, a engenheira agrônoma do MDA , Ana Luísa de Andrade de Sousa.

O agricultor Danilo da Silva, 46 anos, lembra como era difícil vender a produção antes de ser cooperado e ter acesso aos mercados institucionais.  “Colocava os alimentos na bicicleta e batia de porta em porta. Vendia bem pouco.  As compras do governo ajudam muito porque o agricultor trabalha e sabe que o produto será vendido. Antes produzia menos também porque sabia que ia perder parte da colheita”, lembra.

Ano passado, Danilo vendeu R$ 9 mil por meio do PNAE e R$ 4,5 mil pelo PAA – o que lhe possibilitou uma renda mensal superior a mil reais. Com o dinheiro, financiou  um carro utilitário e uma moto – ambos usados. “Vão me ajudar na entrega dos alimentos”, explica ele que produz cheiro verde, cebolinha e pimentão em uma área de dois hectares, em Maranguape (CE). “Além disso, também pude chamar pessoas da minha família para trabalhar comigo. Gerei emprego”, orgulha-se.

Rede Brasil Rural

A Rede Brasil Rural (RBR) é uma estratégia criada pelo MDA para organizar a cadeia de produtos da agricultura familiar, desde o processo de produção até o mercado consumidor. O site exige o cadastramento de cooperativas de agricultores familiares, que juntas podem vender seus produtos direto pela internet, assim como comprar insumos agrícolas, máquinas e equipamentos.

Entre os principais benefícios da RBR está a redução do preço do produto para o consumidor final e o aumento na renda dos agricultores por meio de ganhos de eficiência em cada etapa da cadeia produtiva, preservando a identidade da agricultura familiar. Outras vantagens do site são a cooperação do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) como agente financiador e a parceria dos Correios que cuida de toda a logística de entrega de produtos dos agricultores familiares.

Associação de Desenvolvimento Comunitário de Buraco de Lagoa irá eleger nova diretoria

 Moisés, Manoel José, Socorro Santos, Ozé Pedro, Reginaldo Felipe e Antonio de Mariquinha

A presidente do conselho do FUMAC do municípío de Lagoa Nova, Socorro Santos  desde o mês de fevereiro vem dando suporte ao processo sucessório da Associação de Desenvolvimento Comunitário de Buraco de Lagoa.
A presidente do FUMAC está a frente dos trabalhos e com muita responsabilidade irá coordenar o processo  eleitoral, irão disputar duas chapas a nº 01 encabeçada pelo senhor Manoel José e a chapa nº 02 formada pelo senhor Reginaldo Felipe da Silva.
Estarão aptos a votar 192 associados,a eleição acontecerá próximo domingo dia 29 de abril  em primeira convocação das 13: 00 horas as 17:00 horas na sede da própria associação localizada na comunidade de Buraco de Lagoa.

A coodenadora da regional da Gestamp Eólica Brasil Visitou parques eólicos em João Cãmara - RN





Recentemente Socorro Santos, coodenadora regional da Gestamp Eólica do Brasil esteve em João Cãmara - RN acompanhando uma comitiva de produtores rurais das cidades de Tenente Lauretino e Cerro Corá.
Em João Câmara tiveram a oportunidade de conhecer o andamento da costrução  dos parques eólicos de Cabeço I e II.
 Márcio Lopes representante nacional da Gestamp Eólica Brasil,mostrou como é realizado os procedimentos de montagem das torres geradoras de energia.

Empregada Doméstica - Dia de celebrar conquistas

Nos últimos anos, a categoria conquistou parte dos direitos trabalhistas e melhorias salariais

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Que deixar a casa organizada não é tarefa fácil todo mundo sabe. É preciso tempo, dedicação e esmero ao passar roupa, lavar louça, varrer e limpar. E por isso, o dia de hoje é dedicado àquelas profissionais que são verdadeiras assistentes do lar: as empregadas domésticas.
A diarista Denise Cristina Silva, 46 anos, aprendeu a gostar do ofício desde criança, quando ajudava sua mãe nas tarefas diárias. Há 14 anos em Jaraguá, a curitibana já trabalha há 26 como empregada doméstica. “Quando cheguei aqui, não tinha referências, então bati de porta em porta pedindo emprego”, conta. E a tentativa deu certo: ela ficou por dez anos trabalhando na casa de uma família que a acolheu. “Ganhei coisas que o dinheiro não paga. Não tem preço sentir-se querida, participar da Ceia de Natal, receber uma lembrança no aniversário”, diz.

Neste ano, Denise foi trabalhar em uma empresa, mas diz que não gostou da experiência: “Mesmo com todos os benefícios, prefiro ser empregada. Nas casas recebo carinho, atenção e faço o trabalho que amo. Adoro ouvir que sou prendada”, afirma. No momento, Denise está desempregada e conta que está difícil encontrar um trabalho: “Percebo que as pessoas hoje estão um pouco ariscas, sem confiança, por causa de profissionais que faltam à hora marcada e não fazem o serviço como os patrões querem”, avalia.

Mesmo se considerando realizada, a doméstica ainda tem um sonho: voltar a estudar. Mãe de cinco filhos, ela engravidou aos 15 anos e não pôde concluir o ensino fundamental. “Gosto muito de aprender, tenho cursos de fotografia, digitação, costura e acabei de concluir o de colaboradora residencial. Foi ótimo para aprender mais sobre a legislação e os direitos trabalhistas”, conta.

Em todos esses anos, ela nunca teve registro na carteira de trabalho. “Não faço muita questão, pago o INSS todos os meses e me sinto amparada. Quando me acidentei, recebi o benefício”, comenta. Há dez anos, uma de suas patroas proporcionou a Denise aquela que ela considera a melhor recordação de sua trajetória profissional. “Recebi o convite para ser madrinha do Fernando, hoje com 18 anos. Sei que nunca poderei dar a ele um presente caro. Mas sei que amor nunca vai faltar”, emociona-se.

Edição 109 da revista Fórum dstaca a ofensiva evangélica no cenário político nacional

Edição impressa da Fórum de abril, nas bancas, traz reportagem que mostra como os setores mais conservadores das igrejas vêm ganhando espaço no cenário político nacional 

Por Redação da Revista Forum

A edição de abril da revista Fórum, nas bancas, traz uma reportagem que aborda como os setores mais conservadores das igrejas vêm conquistando um espaço cada vez maior no cenário político nacional. A matéria de Glauco Faria mostra como a ascensão e o fortalecimento dos evangélicos se relacionam mais com a defesa de interesses corporativos do que a valores propriamente religiosos. Idelber Avelar também conta como as forças teocratas emergiram nos EUA, muito em função das seguidas concessões feitas a setores conservadores.

Reportagem de Gisele Brito aborda a impunidade ainda vigente em relação aos 493 assassinatos ocorridos em maio de 2006 em São Paulo, após os ataques realizados pelo PCC na capital paulista. Túlio Vianna fala sobre a necessidade de se extinguir o foro privilegiado e Rodrigo Savazoni comenta a necessidade de se fortalecer a relação entre os tradicionais movimentos sociais e as emergentes forças interconectadas de ação social.

Veja também reportagem de Victor Farinelli sobre os indígenas mapuches no Chile e o jogo incerto das eleições francesas, além de matéria de Nina Fideles sobre a Fundação Casa, de São Paulo, e uma entrevista de Leonardo Fuhrmann com Rui Barbosa Moreira Lima, brigadeiro da Aeronáutica cassado pela ditadura militar que defende a instituição da Comissão da Verdade no Brasil.

Ainda na edição artigos e matérias de Vange Leonel, Emir Sader, Marcio Pochmann, Cynthia Semíramis,Sofía Argüello Pazmiño, Mario Henrique de Oliveira, Julinho Bittencourt e Mouzar Benedito.

As igrejas e os direitos de todos

Nesta edição, Fórum trata de uma questão que vem ganhando cada vez mais relevância, a influência de religiosos no cenário político. Alas mais conservadoras têm conseguido barrar avanços que seriam importantes para a sociedade, como a educação voltada para o combate à homofobia, que faz vítimas todos os dias no Brasil, colaborando para perpetuar também a contínua negação de direitos básicos aos homossexuais.

É direito das igrejas participarem das discussões como importantes atores sociais que são, mas também é preciso observar os direitos consagrados pela Constituição, que assegura igualdade a todos. A mesma Carta também explicita o caráter laico do Estado brasileiro. Algo que inclusive se relaciona com a garantia da pluralidade religiosa, já que só a laicidade estatal faz com que não existam privilégios a esta ou àquela denominação, como no passado, quando o catolicismo era a religião oficial do Brasil.

Mas, como descreve a matéria de capa, atribuir apenas aos religiosos a não efetivação de direitos de homossexuais ou a quase ausência de um debate sobre e legalização do aborto, não é justo. Não só porque há adeptos de igrejas que não corroboram as opiniões mais conservadoras, como também porque há muitos leigos, nos governos, parlamentos e mesmo na sociedade civil, que se omitem quando temas considerados polêmicos e atinentes à moral vem à baila. Temem perder prestígio e/ou votos e se calam diante da injustiça que deveriam combater.

Trata-se de um silêncio que faz perdurar a desigualdade entre os cidadãos, deixando o palco de debates para os ruidosos que parecem falar sozinhos.

A luta pela efetivação de direitos a todos, sem distinção ou discriminação, deve ser uma meta trabalhada em conjunto por aqueles que acreditam na realização plena da democracia em nosso país. E, no período eleitoral que se aproxima, deveria ser também um compromisso a se exigir dos homens públicos.

Brasil precisa erradicar 2.906 lixões até 2014, afirma estudo do Ipea

Instituto divulgou comunicado sobre o Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
País precisa aumentar coleta seletiva e reaproveitar resíduos para energia.

Comunicado do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quarta-feira (25) sobre o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) aponta que o Brasil ainda tem 2.906 lixões distribuídos por 2.810 municípios que precisam ser erradicados até 2014, segundo a lei publicada em 2010.

Entre as prioridades do PNRS estão a redução do volume de resíduos gerados, a ampliação da reciclagem, acoplada a mecanismos de coleta seletiva com inclusão social de catadores e a extinção dos lixões até o fim de 2014, com a implantação de aterros sanitários.

Para técnicos do instituto, o prazo é apertado e será difícil cumprir a meta nos próximos dois anos sem que haja a criação de políticas públicas que incentivem mais a reciclagem nas cidades e a coleta seletiva na área urbana.

Segundo o documento do Ipea, a região Nordeste abriga o maior número de municípios com lixões: são 1.598, o equivalente a 89% do total de cidades da região.

Para o Ipea, a criação de consórcios públicos para gestão de resíduos sólidos, que agrupariam pequenas cidades com poucos recursos financeiros, poderia ser uma forma de resolver esta questão.

Gramacho, aterro sanitário, lixão (Foto: Janaína Carvalho/G1)

Atendimento
Segundo o comunicado, a coleta regular de resíduos sólidos alcançava em 2009 quase 90% dos domicílios, sendo que na área urbana o atendimento supera 98% das moradias.

Entretanto, na zona rural, 67% das casas não recebe visitas periódicas de caminhões recolhendo o lixo.

Sobre a coleta seletiva de materiais reciclados, o Ipea afirma que 2008 o número de cidades com programas de coleta seletiva passou a ser 994 -- ou seja, apenas 18% dos municípios brasileiros. A maioria está localizada no Sul e Sudeste do país.

“A coleta seletiva ainda é incipiente e está concentrada nas regiões ricas”, disse Jorge Hargrave, técnico de Planejamento e Pesquisa do instituto.

Desperdício
O comunicado afirma que muita matéria orgânica tem sido desperdiçada ao encaminhá-la diretamente aos aterros e lixões, já que poderiam passar por tratamento para gerar energia elétrica. Das 94,3 mil toneladas de lixo orgânico recolhidas diariamente no país, somente 1,6% (1.509 toneladas) são encaminhadas para reaproveitamento.

De acordo com o documento, “esta forma de destinação gera despesas que poderiam ser evitadas caso a matéria orgânica fosse separada na fonte e encaminhada para um tratamento específico, como a compostagem”.

No setor agrosilvopastoril (agricultura, silvicultura e pecuária), o Ipea afirma que, anualmente, são geradas 291 milhões de toneladas de resíduos sólidos nas agroindústrias que podem ser melhor aproveitados na produção de fertilizantes naturais ou para geração de energia elétrica.

O estudo do Ipea diz, por exemplo, que se todos os resíduos secos da produção de cana no Brasil fossem encaminhados para geração de energia, a potência instalada seria de 16,6 GW (mais que a potência da usina de Itaipu, com 14 GW).

“Mas para isso, são necessários incentivos do governo. Além disso, esse aproveitamento energético diminuiria o lançamento de gases de efeito estufa na atmosfera”, afirma Regina Sambuichi, do Ipea.

Fonte: G1