Nos últimos anos, a categoria conquistou parte dos direitos trabalhistas e melhorias salariais
Que deixar a casa organizada não é tarefa fácil todo mundo sabe. É preciso tempo, dedicação e esmero ao passar roupa, lavar louça, varrer e limpar. E por isso, o dia de hoje é dedicado àquelas profissionais que são verdadeiras assistentes do lar: as empregadas domésticas.
A diarista Denise Cristina Silva, 46 anos, aprendeu a gostar do ofício desde criança, quando ajudava sua mãe nas tarefas diárias. Há 14 anos em Jaraguá, a curitibana já trabalha há 26 como empregada doméstica. “Quando cheguei aqui, não tinha referências, então bati de porta em porta pedindo emprego”, conta. E a tentativa deu certo: ela ficou por dez anos trabalhando na casa de uma família que a acolheu. “Ganhei coisas que o dinheiro não paga. Não tem preço sentir-se querida, participar da Ceia de Natal, receber uma lembrança no aniversário”, diz.
Neste ano, Denise foi trabalhar em uma empresa, mas diz que não gostou da experiência: “Mesmo com todos os benefícios, prefiro ser empregada. Nas casas recebo carinho, atenção e faço o trabalho que amo. Adoro ouvir que sou prendada”, afirma. No momento, Denise está desempregada e conta que está difícil encontrar um trabalho: “Percebo que as pessoas hoje estão um pouco ariscas, sem confiança, por causa de profissionais que faltam à hora marcada e não fazem o serviço como os patrões querem”, avalia.
Mesmo se considerando realizada, a doméstica ainda tem um sonho: voltar a estudar. Mãe de cinco filhos, ela engravidou aos 15 anos e não pôde concluir o ensino fundamental. “Gosto muito de aprender, tenho cursos de fotografia, digitação, costura e acabei de concluir o de colaboradora residencial. Foi ótimo para aprender mais sobre a legislação e os direitos trabalhistas”, conta.
Em todos esses anos, ela nunca teve registro na carteira de trabalho. “Não faço muita questão, pago o INSS todos os meses e me sinto amparada. Quando me acidentei, recebi o benefício”, comenta. Há dez anos, uma de suas patroas proporcionou a Denise aquela que ela considera a melhor recordação de sua trajetória profissional. “Recebi o convite para ser madrinha do Fernando, hoje com 18 anos. Sei que nunca poderei dar a ele um presente caro. Mas sei que amor nunca vai faltar”, emociona-se.
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