Há três anos, os sertões do Nordeste do Brasil encaram uma
das mais severas secas de que se tem notícia. Nesse período, muitos pomares de
cajueiro foram dizimados. Alheio a isso, o clone de cajueiro anão-precoce BRS
226 (Planalto), surpreende pela produtividade, que já chegou a 800 quilos de
castanha por hectare em propriedades do Piauí.Essa variedade tem se mostrado mais resistente a pragas e doenças, como a
resinose – uma das principais enfermidades do cajueiro nos grotões e chapadas
do Semiárido nordestino. Lançado pela Embrapa em 2002, o BRS 226 é recomendado para plantio comercial de
sequeiro no Semiárido. É de pequeno porte, na fase adulta raramente ultrapassa
os três metros de altura, permitindo que os frutos possam ser colhidos com as
mãos. O clone é recomendado para o mercado de amêndoa, mas seus pedúnculos, ou
falsos frutos, vêm agradando também as indústrias de sucos.No sudeste do Piauí, conforme o pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical
(CE) Luiz Serrano, o clone encontrou excelente aceitação. "Podemos afirmar
que há, entre os produtores daquela região, uma ‘febre' do BRS 226. Todos os
produtores querem plantar esse clone da Embrapa", diz o pesquisador.
Segundo Serrano, tanto as mudas quanto as castanhas do BRS 226, devido à alta
demanda, apresentam preços mais elevados que os demais materiais."Comparando-se com os outros, aqui para a nossa região, podemos dizer que
nenhum é parecido". A avaliação é do engenheiro-agrônomo José Orlando
Matheus – gerente da fazenda Planalto, em Pio IX (PI). A Planalto é uma das
propriedades da Companhia Industrial de Óleos do Nordeste (Cione) – empresa que
detém o título de maior produtora mundial de caju.
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