José é o nome masculino mais comum
no Brasil. Segundo uma pesquisa realizada em 2011 com a base de CPF’s do país,
existem quase 8 milhões de Zés em todo o território nacional. No município
mineiro chamado Josenópolis, a 700 quilômetros de distância de Belo Horizonte,
o nome parece ter um efeito muito mais poderoso do que simplesmente o poder de
engrossar as estatísticas dos cartórios. Chamar-se José parece fornecer um
capital político “diferenciado” ao feliz batizado.
Basta olhar para a história
eleitoral recente de Josenópolis e a evidência insiste em aparecer. O atual
prefeito é José Nilson Pestana (PTB), ex-vereador, eleito prefeito depois de
uma apertada vitória sobre José Ilson Pereira Costa (PSDB), candidato que ficou
menos de 300 votos atrás do outro Zé. Na Câmara Municipal, os Josés também são
maioria. José Diuson Luiz Vieira, José Maria Ribeiro e José Hilton Jorge de
Oliveira representam o povo josenopolense em uma casa com 9 vereadores. Em
outubro de 2012, 7 Josés foram candidatos dentre os 38 que tentaram a sorte nas
eleições locais. Justiça seja feita: 3 Joãos e 3 Marias também tentaram.
Josenópolis só virou município na
década de 90, mas a origem do nome e da “herança” política data do começo do século
XX. Em 1911, um padre chamado José de Carvalho reuniu-se com quatro figuras
importantes da região: José Lino Martins, José Luiz Gonzaga, José Fidelis e
Manoel José Lino. Decidiram construir uma escola, um cemitério e uma igreja.
Assim que terminaram a construção da igreja, o padre trouxe uma imagem de São
José.
Ironicamente a gestão 2013-2016 é
a primeira que vê um José sentar-se na cadeira de Prefeito na história recente
de Josenópolis. Um Gumercino foi Prefeito por duas vezes, de 1997 a 2000 e de
2001 a 2004, carregando a alcunha sortuda no sobrenome: Gumercino José Pestana.
Em 2009, ele tentou um novo
mandato, mas não conseguiu voltar à Prefeitura. Gumercino perdeu as eleições
para Diva de Andrade que conquistou o mandato naquele ano. Diva tinha uma arma
secreta: o vice-prefeito, senhor José Ildeu Pereira Costa. Diva viu aquela
gestão passar com o maior número de Josés na história do Legislativo da cidade.
José Aparecido Dias Viana, José Fidelis Pereira, José Hilton Jorge de Oliveira
e José Nilton Pestana (o futuro prefeito) eram maioria absoluta ao lado de
Antônio, Daniel, Gerson, Maria e Orlando. Em 2004, outro recorde histórico para
os Josés: 30% dos candidatos a vereador na cidade eram homens batizados com o
nome mais comum do país.
E enquanto o resto do país discute
o estado de saúde, a história e o futuro de dois Josés, Josenópolis segue
tranquila no interior de Minas Gerais, esperando o próximo Zé. Ou não.
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