quinta-feira, 14 de junho de 2012

Enquanto a seca avança, o povo dança

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A seca já não produz seus efeitos danosos sobre a população de Currais Novos. Como diz a velha Eudócia “ já não se faz seca como antigamente. Na minha época só tinha duas saídas: ou se corria para o sul, nas grades de um pau de arara ou se morria de fome, aqui nesse sertão abrasado pelo sol de 40 graus. Mas hoje, tudo é diferente! Tem um tá de “Borça Famia”, uma irmolinha que é dada pelo Governo Federal, mas que serve tanto nessas horas de dificulidade...” Pena que avicia o cidadão, como já falava o velho Gonzagão “ Seu dotor uma esmola, para um homem que é sã ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.
Hoje, nos tempos modernos, a história é outra. O povo vai para a rua dançar. Aliás, o povo vem dançando já faz tempo. É uma dança silenciosa, movida pela ignorância, pela falta de uma educação libertária, na visão do mestre PAULO FREIRE. Dança com a péssima qualidade da educação, os professores dançam com a falta de pagamento do piso salarial, com a falta de uma estrutura municipal de saúde que garanta a assistência ao povo doente, agua de qualidade para o povo beber e assim vão dançando...
As constantes festas patrocinadas com o dinheiro de nossos impostos se por um lado preserva a cultura do povo, em parte, por outro favorece a proliferação das drogas licitas e ilícitas. Como monitor do Projeto Ágape, tenho vivido a dor de inúmeros jovens, vitimas de uma infância sem apoio e sem afeto. Currais Novos está precisando de uma política de apoio as crianças em situação de risco e vulnerabilidade social.
Festas, muitas festas para comemorar o que? A falta de uma política de desenvolvimento local que gere emprego, renda e progresso. Parece que festa também gera alguns subempregos e muitos VOTOS. Quantos? Só as eleições darão essa resposta. Tudo é uma questão de escolha e de prioridade.

Fonte: Prof. Francisco Cândido (Berto)

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