Nordestinos estão lendo mais livros

O Nordeste está lendo mais. Este foi um dos dados divulgados ontem, em Brasília, no seminário Retratos da Leitura do Brasil. Os dados são da pesquisa homônima, promovida pelo Instituto Pró-Livro (IPL) e executada pelo Ibope Inteligência. Realizada entre junho e julho de 2011, com mais de 5 mil entrevistados em 315 municípios, a terceira edição da pesquisa pretende traçar um perfil dos hábitos de leitura nacionais.
Enquanto na pesquisa anterior, de 2007, o Nordeste contava com 25% dos leitores do país, na nova edição, a região ampliou sua participação para 29%. Esse percentual corresponde a um acréscimo de cerca de 1 milhão de leitores (de acordo com os critérios da pesquisa, leitor é aquele que leu pelo menos um livro - completo ou incompleto - nos últimos três meses).
Todas as demais regiões apresentaram quedas no índice de participação. O principal indicador este ano, a média de livros lidos por ano, também foi negativa. Na nova pesquisa, ficou em quatro, contra 4,7 da edição de 2007 do levantamento. O número de leitores do País passou de 95,6 milhões (55% da população) para 88,2 milhões (50%).
"Uma das justificativas desta queda é o aperfeiçoamento da metodologia. Você tem mais definição do que é um leitor, do que é um livro. Hoje temos um retrato fiel do que é nosso público leitor. Sabemos o que compra, onde compra, de que forma tem acesso ao livro, quem é seu principal incentivador. Temos tudo isso de maneira muito clara na pesquisa", explicou Karine Pansa, presidente do IPL. "O mercado, no entanto, se manteve mais ou menos estagnado. Então, não havia para onde crescer", detalha.
Para Pansa, o principal obstáculo para o aumento dos índices é a formação de novos leitores que, segundo ela, precisa de tempo. "Historicamente, o Brasil não é um país de leitores. Somos um país jovem". O preço dos livros, motivo de reclamação dos consumidores, não teria um papel fundamental nestes dados. "Curiosamente, o preço do livro é um impedimento para apenas 2% dos leitores", justifica.