quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Mortes por covid no RN supera população de 15 cidades potiguares

A quantidade de mortos pela Covid-19 no Rio Grande do Norte é superior ao número de habitantes de 15 municípios potiguares. Com crescimento no registro diário de óbitos causados pela infecção do novo coronavírus, a pandemia vitimou fatalmente 3.046 pessoas em todo o Rio Grande do Norte até esta terça-feira (5) e supera o quantitativo de habitantes de cidades como Francisco Dantas, na região do Alto Oeste. A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN) confirmou mais 35 mortes nas últimas 24 horas, das quais seis ocorreram no período (2 em Mossoró e as demais em Portalegre, Parnamirim, Touros e Natal).

As demais mortes confirmadas para a covid-19 nesta terça-feira (5) no Boletim Epidemiológico Nº 262 da Sesao ocorreram ao longo de dezembro e estavam em investigação pela pasta. O registro deve aumentar a curva de mortes, que já apresenta oscilação positiva desde o início de dezembro. Segundo estudos do professor Ângelo Roncalli, o crescimento de mortes no dia 1° de dezembro foi de 5% ao dia.
Com as 3.046 mortes, a pandemia se aproxima do número de habitantes estimado no município de Fernando Pedroza. Segundo a estimativa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020, o município possui 3.067 habitantes.
Até esta terça-feira (5), o Estado possuía 87 óbitos para cada 100 mil habitantes, letalidade superior somente à Bahia, Maranhão e Alagoas. A taxa subiu levemente após o registro das 34 mortes - nesta segunda-feira (4), era de 86 mortes para cada 100 mil habitantes. Entretanto, a situação local é considerada “moderada” por especialistas, com curvas que indicam redução de novos casos e aumento de mortes nas últimas semanas.

Com o atual número de mortes confirmadas, o Rio Grande do Norte tem uma letalidade menor que o Ceará, Sergipe, Pernambuco, Paraíba e Piauí, de acordo com os dados do Ministério da Saúde. Em Sergipe, que tem a segunda maior letalidade da região Nordeste, o número de mortes absolutas é de 2.508 entre 2,22 milhões de habitantes.
Nacionalmente, a letalidade do novo coronavírus é de 93 mortes para cada 100 mil brasileiros. A taxa do Nordeste é de 84 mortes para cada 100 mil habitantes, ainda de acordo com o Ministério da Saúde. “Com relação à média do Brasil e do Nordeste, o Rio Grande do Norte está em uma situação moderada e, portanto, deve estar sempre em alerta para manter o controle da pandemia”, analisou o especialista Ricardo Valentim, diretor do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN) e membro do Comitê Técnico-Científico da Sesap/RN.

Uma análise do especialista e também membro do Comitê Técnico-Científico da Sesap, Angelo Roncalli, registrada no documento “Epidemiologia da covid-19 no RN: tendência de casos e óbitos”, mostra que a curva epidemiológica de novos casos de coronavírus no Rio Grande do Norte voltou a cair em dezembro, enquanto as mortes cresceram. Os óbitos apresentaram uma média móvel de cinco mortes por dia, depois de chegar a três em novembro.

Entretanto, o estudo destaca que é cedo para afirmar que os dois movimentos são “sustentados”, portanto, não indicam uma tendência que deve seguir nas próximas semanas. As curvas foram observadas a partir do dia 1º de dezembro e seguem os dois movimentos até o dia 13, última data analisada.

O restante do mês não foi analisado por causa do período de alteração de dados, necessário para o tempo de investigação de alguns óbitos. O registro das 34 mortes nesta terça-feira contabiliza óbitos, por exemplo, do dia 22 de dezembro. É possível que mais mortes ocorridas no período sejam registradas.
Ricardo Valentim concorda que ainda não é possível mostrar que as duas tendências observadas nas primeiras semanas de dezembro (aumento de mortes e redução dos casos) são sustentadas.

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