A taxa de contágio do novo
coronavírus no Brasil está abaixo 1, segundo o relatório
mais recente da Imperial College, de Londres. Na semana encerrada no dia 16
de agosto, o país registrou uma taxa de 0,98.
Esse número indica para quantas
pessoas um paciente infectado transmite o vírus. Ou seja, quando a taxa está em
2, por exemplo, significa que cada infectado transmite o vírus para, em média,
duas pessoas.
Para especialistas em
epidemiologia, quando a taxa se estabiliza abaixo de 1 durante algumas semanas,
o aumento na quantidade de casos e mortes pela Covid-19 pode desacelerar.
Em entrevista à CNN, o
professor de matemática da UFABC e membro do Observatório Covid-19, Renato
Coutinho, explicou que a taxa abaixo de 1 não necessariamente é um sinal de que
os números de casos e óbitos devem diminuir no país.
“A taxa igual a 1 quer dizer que
temos uma estabilidade de casos. Podemos esperar o mesmo número de casos e o
mesmo número de óbitos por dia enquanto estiver próximo de 1.” disse Renato.
Ele ainda ressalta que em São Paulo já vemos durante vários meses uma taxa de
contágio como essa e isso não quer dizer necessariamente estamos nos
recuperando da Covid-19, apenas que a epidemia não está acelerando.
O número da taxa de contágio
depende de vários fatores, desde o comportamento da população até as políticas
públicas em nível federal, estadual e municipal. Com uma reabertura muito
rápida e o abandono das medidas de isolamento social, essa taxa pode subir.
“Esse é o número de agora, mas pode ser que daqui a uma semana esse número
volte a crescer ou diminua mais”, esclarece Renato.
Cautela
Vale ressaltar, no entanto, que
esse valor representa uma média. Ou seja, considerando a margem de erro
informada pela universidade, a taxa pode ir de 0,95 a até 1,04.
Além disso, ainda que a
informação sobre a queda na taxa de contágio seja positiva, a situação no país
ainda não é considerada totalmente controlada.
Até essa terça-feira (18), o
Brasil contava com mais de 3,4 milhões de casos de Covid-19 e cerca de 109,8
mil mortes causadas pela doença, segundo dados do Ministério da Saúde.
Cenário
Em toda a América do Sul, o
Brasil é o segundo país com a taxa abaixo de 1, atrás somente do Chile, com uma
média de 0,85.
Na outra ponta, o Paraguai tem a
taxa mais elevada do continente e do mundo: 1,95. Isso significa que cada
paraguaio infectado transmite o novo coronavírus para quase duas outras
pessoas. Em seguida, entre os sul-americanos, está a Venezuela, com 1,38.
No âmbito global, os lugares com
menor velocidade de transmissão é o Azerbaijão, com 0,65, e Madagascar, com
0,67. Na contramão, estão, além do Paraguai, a Croácia, com 1,46, e a França,
com 1,41.
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