Período mais esperado por quem padece com as consequências da estiagem
severa no sertão, o período chuvoso, popularmente chamado de inverno,
foi oficialmente iniciado nesta quarta-feira (13). A informação foi
confirmada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte
(Emparn). A expectativa do órgão de meteorologia, é que chova, no
mínimo, de 500 milímetros a 800 milímetros, variando de acordo com a
região. Também é esperada uma recarga mínima de 50% dos reservatórios.
No ano passado, esse valor chegou a 30%.
De janeiro a maio do ano passado, choveu 590,7 milímetros. O que foi
considerado 23,2% maior do que era esperado pela Emparn. A análise das
condições oceânicas/atmosféricas se mostrava favorável à ocorrência de
chuva no semiárido nordestino. Fatores como a presença do Fenômeno El
Niño fraco a moderado no Oceano Pacífico, e com tendência de apresentar
uma diminuição na sua intensidade nos meses de fevereiro a maio, sã
positivos. Outro fator citado por Gilmar Bristot é o “mínimo solar”,
período em que o sol atinge com menos intensidade a atmosfera. O último
ocorreu entre 2008 e 2009.
Segundo o meteorologista da Emparn, Gilmar
Bristot, esse comportamento - El Niño fraco - é favorável a ocorrência
de chuvas na região Nordeste neste período do ano, e quando associado às
boas condições apresentadas pelo Oceano Atlântico, o cenário é ainda
mais favorável a ocorrência de boas chuvas na região.
Estamos com a atuação de um vórtice ciclônico
atuando no Nordeste, o que faz com que o vento circule na região. Esse
fenômeno acontece de de novembro a fevereiro”, explicou o
meteorologista, ao afirmar que o período de inverno, geralmente, dura
até o final de maio, mas que em 2019 é esperado que se estenda até
junho.
Além dessas condições, outro importante fator
para ter um bom inverno no interior do Estado, é a presença da Zona de
Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema meteorológico que
provoca chuva no sertão nordestino. Esse sistema também começou a atuar
desde janeiro e se intensificou nesses primeiros dias de fevereiro. As
previsões indicam que as chuvas deverão continuar, mas com uma melhor
distribuição espacial, quando comparado a janeiro de 2019, mês que
registrou chuvas intensas, mas bem localizadas em alguns municípios.
Segundo a Emparn, essa melhor distribuição de
chuva é porque a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) está atuando
com mais frequência, associada à presença de Frentes Frias e Vórtices
Ciclônicos de Ar Superior (VCANS).
Jucurutu foi a localidade potiguar onde mais
choveu em janeiro de 2019. Segundo dados da Empresa de Pesquisas
Agropecuárias do RN (Emparn), o volume acumulado durante todo o mês, foi
de 355,7 milímetros, volume bem acima da média que é de 79,3mm, choveu
348,5% acima da média mensal.
Ainda de acordo com o órgão, o segundo
município mais chuvoso foi Janduís, também na região Oeste, onde choveu
243,5mm. Esses volumes de chuva em Jucurutu e Janduís, contribuíram de
forma significativa para o aumento da média do mês na região Oeste, que
foi de 25,3% acima da média de janeiro. Na região Oeste esse aumento do
volume médio de janeiro foi ainda maior: choveu 34,3% a mais que o
normal para o período.
Cidades com o maior acumulado de chuvas, de 1º de janeiro a 12 de fevereiro
Cidades / mm
Janduais 299.5
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