sábado, 29 de dezembro de 2018

Holanda investe em fazenda flutuante para aproximar o campo da cidade


Projeto demandará 2,5 milhões de euros deve ser concretizado no fim deste ano no maior porto exportador de produtos agrícolas do mundo
 Holanda - A fazenda leiteira flutuante custará 2,5 milhões de euros e acolherá 40 vacas em uma espécie de jardim natural de 1.200 metros quadrados  (Foto:  Beladon Building Behavior)
Pense em 800 vacas pastando em uma fazenda flutuante em pleno centro de uma cidade. Esta é a ideia que será concretizada no final deste ano no maior porto marítimo da Europa, em Roterdã. Aliás, a origem do nome da cidade, Rotterdam (“dam” significa represa e “Rotte” é um pequeno rio), sugere bastante esse tipo de empreendimento.
A intenção desse conceito inédito criado pela empresa holandesa Beladon é trazer para mais perto dos consumidores a produção, integrando o campo à cidade, e evitar o transporte de bens de consumo. “Setenta por cento do mundo é água, então por que não usar isso para produzir alimentos frescos e saudáveis perto dos consumidores? Dessa forma, também reconectamos o cidadão à produção de alimentos”, justifica o diretor de marketing da Beladon, Minke van Wingerden.

A fazenda leiteira flutuante custará 2,5 milhões de euros e acolherá 40 vacas em uma espécie de jardim natural de 1.200 metros quadrados. A meta é produzir 800 litros de leite por dia, parte dele transformado em queijo e iogurte na própria fazenda. As vacas comerão produtos reciclados da cidade, como restos de grama e de restaurantes. Durante oito meses por ano, os animais terão acesso a uma pastagem próxima.
Quase autossuficiente, a fazenda será autônoma em eletricidade, graças a painéis solares, e quase tudo será automatizado. Apenas três pessoas serão mobilizadas para supervisionar as operações. A agricultura urbana poderá se tornar uma necessidade diante de um horizonte, em 2050, em que 70% da população mundial deverá estar morando nas cidades. “Produzir na água é estar produzindo de maneira adaptativa ao clima. Isso nos obriga a ser inovador. Na água você está ‘fora da grade’ e isso significa que você tem de cuidar de sua própria comida, energia, água e resíduos”, ressalta van Wingerden. Vista da ilha de Itamaracá, de 1637, é um dos únicos quadros da Mauritshuis (Casa de Maurício), o principal museu de Haia, que remete o visitante ao tempo do domínio holandês no nordeste do Brasil. O óleo sobre tela, de Frans Post, passa quase despercebido frente às obras-primas do museu – A moça do brinco de pérola (Vermeer) e A lição de anatomia do Dr. Tulp (Rembrandt) –, mas retrata uma paisagem que o conde João Maurício de Nassau, o dono da casa, se acostumou a ver entre 1637 e 1644, durante sua estada no Brasil.
Nesse período, Nassau governou o Brasil holandês, contratado pela Companhia das Índias, multinacional que detinha o monopólio da navegação e do comércio com as Américas e a África Ocidental. Enquanto Nassau administrava a nova colônia nos trópicos, dois arquitetos flamencos construíam seu imponente palacete no melhor bairro de Haia, capital da Holanda.
Nassau teria bancado sua casa não apenas com os salários recebidos do seu empregador, mas com toda a sorte de recursos que pôde arrecadar no Brasil. Demitido pela multinacional holandesa em 1644, sob a acusação de gastar mais do que arrecadava, prática usual no Brasil desde os idos de 1500, o conde teria cometido outros deslizes, como aceitar favores dos senhores de engenho em troca de apoio ao setor açucareiro nordestino. Não à toa, a Casa de Maurício ficou conhecida pejorativamente como “Palacete do Açúcar” entre o pessoal da Companhia das Índias.

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