terça-feira, 2 de outubro de 2018

Caicó recebe amanhã 60 venezuelanos

A cidade de Caicó, distante 282 quilômetros de Natal, recebe 60 venezuelanos refugiados nesta quarta-feira, 3. Todos estavam em Roraima e estão sendo transferidos em uma nova etapa do processo de interiorização de solicitantes de refúgio. Eles ficarão alojados em cinco casas da “Aldeias Infantis SOS”, uma organização comunitária global com atuação no Brasil desde 1967 e presente em Caicó desde 1979. A cidade vai ser a 16ª do Brasil e a primeira do Rio Grande do Norte a receber refugiados.
Roraima recebeu nos últimos meses grande contingente de solicitantes de refúgio. Mais estados passaram a receber venezuelanos

Os 60 refugiados formam 13 famílias. Segundo Francisco de Assis Santiago Júnior, da Aldeia Infantis em Caicó, o acolhimento busca suprir as necessidades básicas dos venezuelanos (moradia, alimentação, educação) e integrá-los à cidade. O objetivo final, de acordo com Santiago, é que eles alcancem uma “vida autônoma e integrada, social e financeiramente”. “A expectativa é que eles sejam integrados e possam ir para o mercado de trabalho”, disse. “Eles têm qualificação para o emprego, o que precisam é desse auxílio primeiro”.
Os refugiados que vão para Caicó são crianças, adolescentes e os respectivos pais e responsáveis. Uma equipe da Aldeia Infantil SOS, formada por assistentes sociais, educadores sociais e outras profissões, ficará responsável pela integração à vida comunitária, como a aproximação com a cultura, o domínio da língua portuguesa e participação em projetos de saúde, empregabilidade e geração de renda. A equipe faz um diagnóstico inicial de todas as famílias, identificando as competências e habilidades de cada membro.
A transferência faz parte da interiorização de refugiados, iniciativa criada para ajudar venezuelanos em situação considerada de extrema vulnerabilidade. Antes de serem transferidos, os refugiados precisam aceitar passar pelo processo e, posteriormente, são vacinados, submetidos a exame de saúde e regularizados no país – com CPF e Carteira de Trabalho.
Em dez etapas do trabalho, que tem a Casa Civil à frente, foram transferidos 2.328 imigrantes de Roraima para 15 cidades. São Paulo recebeu o maior número, com 445 pessoas transferidas e alojadas em oito abrigos. “Quando as pessoas percebem que a chegada delas movimenta a economia e fortalece a cidade, essas famílias são muito bem integradas na comunidade. São pessoas boas, que tinham casa, empregos, vizinhos, festas de aniversário, amigos, comunidade; e tiveram que deixar tudo isso para trás”, afirma Sérgio Marques, subgestor nacional da SOS Brasil.
Para esse processo de interiorização, segundo a Aldeias Infantis SOS, é preciso interesse das cidades de destino e a existência de vagas em abrigos ou projetos sociais. Reuniões prévias com autoridades locais e coordenação dos abrigos definem detalhes sobre atendimento de saúde, matrícula em crianças em escolas, ensino da Língua Portuguesa e cursos profissionalizantes.

Nenhum comentário :

Postar um comentário