Os policiais civis do Rio Grande do Norte não retornaram às atividades
normais. Com atrasos salariais e argumentando que não têm condições de
retomar o trabalho, os profissionais participam de ato em frente à
Delegacia Geral de Polícia Civil (Degepol), na Cidade da Esperança, zona
Oeste de Natal. No ato, os profissionais protestam contra as condições e
cobram uma solução por parte da Degepol. A estimativa é que
aproximadamente 400 pessoas estejam no ato.
Agentes e delegados protestam em frente à Degepol
Com algemas nos pulsos, os policiais civis dizem que não conseguiram
cumprir a determinação da Justiça para o retorno ao trabalho porque
muitos profissionais sequer têm condições de se deslocar ao trabalho,
além das dificuldades financeiras domésticas pelas quais estão passando
devido ao atraso nos salários (salário de novembro não foi pago a todos
os policiais, enquanto dezembro e o 13º não entrou na conta de nenhum
agente de segurança). Por isso, o Sinpol afirma que os policiais
permanecerão atuando em regime de plantão.
"Infelizmente não encontramos meios de cumprir
da decisão judicial. Os policiais civis querem trabalhar, mas
infelizmente estão impossibilitados. Não vimos outra solução além dessa
de se apresentar aqui na Degepol. É esperar que a delegada geral
(Adriana Shirley) encontre uma solução a esse problema. Existe uma
decisão judicial e que o estado cumpra, que nos dê voz de prisão aqui",
disse o presidente do Sinpol, Nilton Arruda.
O movimento também ganhou apoio dos delegados de polícia. Através de nota, a presidente da Associação dos Delegados de Polícia,
Paoulla Benevides Maués, convocou todos os delegados a se somarem ao movimento em frente à Degepol.
Paoulla Benevides Maués, convocou todos os delegados a se somarem ao movimento em frente à Degepol.
"Hoje, esses verdadeiros heróis estão sendo
humilhados por aquele que se elegeu prometendo promover segurança
pública. Que segurança o governador pretende promover, constrangendo e
humilhando os investigadores criminais?", disse a presidente da Adepol.
Alternativas
O desembargador Cláudio Santos determinou a
prisão dos policiais civis e militares que se recusarem a trabalhar,
apesar dos salários atrasados. O magistrado disse que a paralisação foi
considerada ilegal e, por isso, eles deveriam retomar as atividades, sob
pena de incorrerem no crime de desobediência. No entanto, os policiais
civis afirmam que não têm condições de trabalhar sem os salários.
Na semana passada, o até então delegado-geral
de Polícia, Correia Júnior, teve reunião com o Sinpol e disse que seriam
fornecidas viaturas para o transporte dos policiais de casa ao
trabalho, além de mudar o expediente para seis horas corridas (8h às 14h
e 12h às 18h), possibilitando a reabertura das delegacias de bairro -
atualmente, só as de plantão e regionais estão funcionando. No entanto,
apesar do próprio Sinpol ter avaliado como satisfatória a proposta, os
policiais não acataram e decidiram permanecer com as atividades
paralisadas.
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