segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Ministra Luislinda diz que é 'pobre' e da 'periferia'

O Globo
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RIO - Após pedir para acumular o salário de ministra dos Direitos Humanos com o de desembargadora e comparar sua condição de trabalho à escravidão, Luislinda Valois afirmou nesta segunda-feira que é "pobre" e "da periferia". A declaração foi dada em evento no Rio de Janeiro que também contou com a presença do presidente Michel Temer.
— Vamos aumentar esse número (de beneficiários de programas sociais) para o Rio e para o Brasil também. Como mulher preta, pobre, da periferia, conheço o que é viver lá longe dos grandes centros — disse a ministra, ao participar de anúncio de R$ 157 milhões para programas sociais no estado.
A ministra chegou a pedir para acumular seu salário com o de desembargadora aposentada, o que lhe garantiria um rendimento bruto de R$ 61,4 mil. Por causa do teto constitucional, ela só pode receber R$ 33,7 mil, equivalente ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Assim, seu salário de ministra cai para R$ 3.292 brutos. No documento, Luislinda afirmou que “sem sombra de dúvidas” essa situação se assemelha ao trabalho escravo.
Na ocasião, em entrevista à rádio CBN, Luislinda justificou o pedido de acúmulo salarial afirmando que, como ministra, ela tem gastos que não teria como desembargadora aposentada:
— Eu, como desembargadora aposentada, posso botar um chinelinho simples e ir a qualquer lugar. Mas como ministra de Estado, não posso fazer isso. Eu tenho uma representatividade. Não de luxo, mas de pelo menos me apresentar trajada dignamente. É cabelo, é maquiagem, é perfume, é roupa, é sapato, é alimentação. Porque, se eu não me alimentar, eu vou adoecer e, aí, vou dar trabalho para o Estado. É tudo isso que tem que ter. Então, eu pedi, formulei o pedido, como qualquer pessoa que se achar no direito pode requerer. Estou com um salário aqui, neste mês, de R$ 2.700. Para uma responsabilidade que se tem… — disse a ministra, no início do mês. 'CAMINHO DA RETIDÃO'
Na cerimônia, Luislinda aconselhou os jovens carentes a seguirem o "caminho da retidão":
— Estamos aqui para firmar compromissos reais e exequíveis. Minhas crianças, meus jovens, o caminho da retidão é o melhor. E estamos aqui para dar a vocês essa retidão que já têm.
A ministra disse que uma parceria com o Ministério da Justiça para capacitar agentes mediadores vai ajudar a “combater o homicídio do jovem preto, pobre e da periferia”.
— Me permita fazer um pedido: é a paz que desejamos para o Rio de Janeiro e para o mundo — afirmou.
Luislinda Valois também disse que pretende ajudar nas ações sociais doando livros de sua própria autoria para o estado do Rio.

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