Em
1966, o "Fusquinha Azul" chegou para fazer parte da família Brasileiro,
em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Passado de geração em geração,
há 51 anos o carro se tornou o xodó e o maior patrimônio de todos os
Brasileiro. Ao som da Jovem Guarda, o Fusca era a companhia de todas as
horas, desde ir para o trabalho até acompanhar alguns dos integrantes da
família na faculdade, no Recife.
O
carro também prestou serviços para a sociedade, salvou vidas levando as
pessoas para o hospital, ajudou motoristas a tirarem a carteira de
habilitação e foi abrigo para mulheres em trabalho de parto.
Segundo
o empresário André Brasileiro, atual proprietário do Fusca, o primeiro
dono do carro foi o tio dele, Fernando Melo, já falecido. Ele comprou o
automóvel financiado. Naquela época era apenas um carro comum, ainda sem
muitas histórias. Após a morte do tio, a irmã deste assumiu as parcelas
e ficou com o veículo.
Depois
de um tempo, a matriarca da família, conhecida como dona Diva, ficou
com o automóvel, que recebeu o nome de "Fusca de Dona Diva". "Minha vó
ficou conhecida na cidade por causa do Fusca. Todo mudo já conhecia o
barulho do carro quando passava nas ruas", comentou o empresário. Diva
usava o carro em todas as atividades que precisava fazer fora de casa.
Com
o passar do tempo, o pai de André, Paulo Brasileiro, se tornou dono do
carro, que passou a se chamar "Paulo Fusca". Dentre inúmeras histórias
vivenciadas no famoso "Fusquinha", Paulo contou ao G1 que uma das mais marcantes foi quando ele deu carona a uma mulher que estava em trabalho de parto.
"As
pessoas sempre me chamavam para levar as mulheres para a maternidade.
E, em uma dessas vezes, o bebê não esperou e nasceu dentro do nosso
Fusca", revelou Paulo entre sorrisos.
Naquela
época, André e os dois irmãos dele, Felipe e Carlos, também já curtiam
os passeios de Fusca pelas ruas de Garanhuns. "Na escola onde
estudávamos, o nosso carro era conhecido como 'Trem Bala'. Todos os
colegas o conheciam", enfatizou Felipe Brasileiro.
O
"Fusquinha" também acompanhou os irmãos durante o tempo em que estavam
na faculdade, no Recife. Entre idas e vindas da capital pernambucana
para Garanhuns, o amor pelo automóvel só foi aumentando.
André
revelou que, quando era criança, costumava ir à Canhotinho com o pai
para uma feira de carros. No local, as pessoas vendiam os automóveis e
voltavam de carona para casa. "Todas as vezes eu ia chorando com medo do
meu pai vender ou trocar o nosso Fusca. Eu tinha seis anos, mas já
sentia um amor verdadeiro pelo carro", ressaltou.
Durante
os anos, o Fusca passou pelas mãos de várias pessoas da família
Brasileiro. Por causa de uma difícil situação financeira, o pai de André
precisou vender o carro, o que causou uma grande tristeza no filho.
Para que o patrimônio não saísse da família, uma tia comprou o Fusca.
André
já sonhava em comprar o automóvel e para alegria dele, a mãe o
presenteou com o Fusca, que já não estava em bom estado. Em 2012, o
empresário gastou R$ 25 mil para reformar o carro.
"Hoje
o 'Fusca Azul' é um carro de garagem, mas faz parte da família
Brasileiro, é o nosso patrimônio e vai permanecer conosco para sempre",
disse o empresário
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