quarta-feira, 15 de novembro de 2017

'É eterno', diz dono sobre Fusca que salvou vidas e está há 51 anos na mesma família

Em 1966, o "Fusquinha Azul" chegou para fazer parte da família Brasileiro, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Passado de geração em geração, há 51 anos o carro se tornou o xodó e o maior patrimônio de todos os Brasileiro. Ao som da Jovem Guarda, o Fusca era a companhia de todas as horas, desde ir para o trabalho até acompanhar alguns dos integrantes da família na faculdade, no Recife.
O carro também prestou serviços para a sociedade, salvou vidas levando as pessoas para o hospital, ajudou motoristas a tirarem a carteira de habilitação e foi abrigo para mulheres em trabalho de parto.
Segundo o empresário André Brasileiro, atual proprietário do Fusca, o primeiro dono do carro foi o tio dele, Fernando Melo, já falecido. Ele comprou o automóvel financiado. Naquela época era apenas um carro comum, ainda sem muitas histórias. Após a morte do tio, a irmã deste assumiu as parcelas e ficou com o veículo.
Depois de um tempo, a matriarca da família, conhecida como dona Diva, ficou com o automóvel, que recebeu o nome de "Fusca de Dona Diva". "Minha vó ficou conhecida na cidade por causa do Fusca. Todo mudo já conhecia o barulho do carro quando passava nas ruas", comentou o empresário. Diva usava o carro em todas as atividades que precisava fazer fora de casa.
Com o passar do tempo, o pai de André, Paulo Brasileiro, se tornou dono do carro, que passou a se chamar "Paulo Fusca". Dentre inúmeras histórias vivenciadas no famoso "Fusquinha", Paulo contou ao G1 que uma das mais marcantes foi quando ele deu carona a uma mulher que estava em trabalho de parto.
"As pessoas sempre me chamavam para levar as mulheres para a maternidade. E, em uma dessas vezes, o bebê não esperou e nasceu dentro do nosso Fusca", revelou Paulo entre sorrisos.
Naquela época, André e os dois irmãos dele, Felipe e Carlos, também já curtiam os passeios de Fusca pelas ruas de Garanhuns. "Na escola onde estudávamos, o nosso carro era conhecido como 'Trem Bala'. Todos os colegas o conheciam", enfatizou Felipe Brasileiro.
O "Fusquinha" também acompanhou os irmãos durante o tempo em que estavam na faculdade, no Recife. Entre idas e vindas da capital pernambucana para Garanhuns, o amor pelo automóvel só foi aumentando.
André revelou que, quando era criança, costumava ir à Canhotinho com o pai para uma feira de carros. No local, as pessoas vendiam os automóveis e voltavam de carona para casa. "Todas as vezes eu ia chorando com medo do meu pai vender ou trocar o nosso Fusca. Eu tinha seis anos, mas já sentia um amor verdadeiro pelo carro", ressaltou.
Durante os anos, o Fusca passou pelas mãos de várias pessoas da família Brasileiro. Por causa de uma difícil situação financeira, o pai de André precisou vender o carro, o que causou uma grande tristeza no filho. Para que o patrimônio não saísse da família, uma tia comprou o Fusca.
André já sonhava em comprar o automóvel e para alegria dele, a mãe o presenteou com o Fusca, que já não estava em bom estado. Em 2012, o empresário gastou R$ 25 mil para reformar o carro.
"Hoje o 'Fusca Azul' é um carro de garagem, mas faz parte da família Brasileiro, é o nosso patrimônio e vai permanecer conosco para sempre", disse o empresário

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