Um forte terremoto de 7,1 graus na escala Richter foi
registrado nesta terça-feira (19), no México apenas 12 dias depois de
um tremor de 8,2 graus atingir a costa sul do México. O tremor deixou ao
menos 119 mortos, 54 deles no
Estado de
Morelos. Ao menos 26 pessoas morreram no Estado de Puebla. O governador
do Estado do México, Alfredo del Mazo, disse que as outras 39 vítimas
morreram no Estado (30 na Cidade do México), mas havia pessoas presas em
vários edifícios que desmoronaram.
O prefeito da Cidade do México, Miguel Ángel
Mancera, disse que pelo menos 44 prédios ruíram e as equipes de resgate
haviam retirado entre 50 e 60 pessoas com vida dos escombros.
O fenômeno sacudiu edifícios e causou pânico,
levando as pessoas a correr para as ruas. O tremor ocorreu no mesmo dia
em que se completa 32 anos do terremoto de 8,1 graus que deixou ao
menos 10 mil mortos na capital mexicana. No momento do terremoto, várias
pessoas participavam justamente de um treinamento para aprender a lidar
com sismos.
O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto,
acionou o Comitê Nacional de Emergências. Ele cancelou um evento em
Oaxaca e sobrevoria de helicóptero a capital para acompanhar a situação.
Segundo informações preliminares, os edifícios afetados ficam
principalmente nos bairros Condesa, Roma, Del Valle, Navarte, Centro,
Coyacán e Xochimilco. Um edifício também desmoronou na tradicional Zona
Rosa da capital.
Equipes de resgate escavavam entre os
escombros das construções em busca de vítimas. Curiosos aplaudiram
quando uma mulher foi retirada de um edifício que ruiu e os socorristas
logo pediram silêncio para tentar ouvir pedidos de socorro. Fachadas de
prédios também ruíram sobre pedestres e carros, muitos com pessoas
dentro.
O abalo causou cortes no fornecimento de
energia, vazamento de gás, interrupção no serviço de telefonia e a
suspensão do funcionamento do metrô.
No sul da capital, em Coyacán, a Igreja de
São João Batista sofreu danos em uma de suas torres e a paróquia de São
Bernardino, em Xochimilco, desabou. Nesse bairro, um vídeo nas redes
sociais mostrava o forte movimento das águas dos canais. Uma forte onda
foi de um lado a outro, revolvendo as tradicionais águas onde moradores e
turistas passeiam em barcos enfeitados.
Em todas as zonas afetadas pelo tremor houve
danos nos edifícios. As sacadas de alguns se desprenderam com o intenso
movimento telúrico. As aulas foram suspensas, assim como a sessão da
Bolsa de Valores, para garantir a segurança. O serviço de emergência
informou que o Aeroporto Internacional Benito Juárez suspendeu as
operações após o abalo, pois teria registrado rachaduras no chão.
O Centro Geológico dos EUA (USGS, na sigla em
inglês) estimou a magnitude do tremor em 7,1, enquanto o Instituto
Sismológico do México o calculou em 6,8, e informou que o epicentro foi
registrado a 51 quilômetros de profundidade a 7 km a oeste de Chiautla
de Tapia, entre o Estado de Puebla e o de Morelos.
Luis Felipe Puente, coordenador nacional de
Proteção Civil da Secretaria de Governo disse que os protocolos de
atenção e resposta haviam sido ativados. Pouco depois, o Departamento de
Proteção Civil mexicano informou que vários incêndios foram reportados
em diversos prédios da Cidade do México após o tremor.
"Estou consternada, não consigo conter o
choro, é o mesmo pesadelo de 1985", disse Georgina Sánchez, de 52 anos,
que chorava em uma praça. No dia 19 de setembro de 1985, um terremoto
matou mais de 10 mil pessoas na Cidade do México.
Este tremor foi sentido com mais força que o
do dia 7 de setembro, o mais poderoso desde 1932 no México, que deixou
98 mortos no sul do país - 78 em Oaxaca, 16 em Chiapas e 4 em Tabasco.
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