quarta-feira, 27 de abril de 2016

Ministro do Turismo empregou tia da mulher com salário de R$ 19,4 mil

M Cinistro do Turismo, Alessandro Teixeir com sua esposa Milena SantosFoto: Divulgação/MF Models Assessoria

A assessoria do ministro reforçou nesta quarta que valia a nova nota da ABDI. O ministro disse via assessoria de imprensa que "não há qualquer parentesco consanguíneo e o cargo é de confiança". "Delfina atendia os pré-requisitos técnicos para desempenhar a função", afirmou o ministro, por meio da assessoria.
Antes de demitir a servidora, no primeiro posicionamento à reportagem, a ABDI também defendeu a "inquestionável experiência profissional e currículo para ocupar o referido cargo". "Sendo graduada em administração de empresas, fluente em inglês e espanhol. Com experiência de atuação nas áreas de relações internacionais, licitações nacionais e internacionais, contratos e convênios administrativos, além de vasto conhecimento nas áreas de petroquímica, aeronáutica e metalurgia", dizia a primeira nota enviada pela assessoria de imprensa.
Na ABDI, Teixeira tinha duas secretárias, sendo uma delas a tia de Milena. Uma terceira secretária foi retirada da função e alocada em outra unidade. A saída dele da agência, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), não alterou a realidade de Delfina: ela ainda aparece como coordenadora de gabinete no órgão.
ABDI: SALÁRIOS TURBINADOS
Uma reportagem publicada pelo GLOBO em 28 de fevereiro revelou que a ABDI virou reduto de um grupo que atuou na campanha à reeleição de Dilma, com salários turbinados e pagamentos de altas diárias em viagens internacionais. Militantes da campanha trocaram cargos no governo por funções na agência com remunerações equivalentes ao dobro do que recebiam.
Ao assumir o comando da ABDI em fevereiro de 2015, com salário de R$ 39,3 mil, Teixeira abrigou no órgão mais três militantes da campanha, ocupantes de cargos de assessoramento especial da diretoria cujas remunerações variam de R$ 19,4 mil a R$ 25,9 mil. É mais do que o dobro do valor pago a esses assessores quando eles ocupavam cargos comissionados no Palácio do Planalto ou no Ministério do Planejamento.
Em junho do ano passado, o presidente da ABDI e demais diretores decidiram editar uma resolução — mantida sob sigilo e sem publicidade no site da agência — reajustando o valor das diárias para viagens internacionais da diretoria executiva. No continente americano, o valor saltou de US$ 400 para US$ 700. Fora da América, as diárias saltaram de € 320 para € 700.
Ministros de Estado, por exemplo, recebem entre 220 e 460 de diária, podendo optar por dólar ou euro e com variação de valor conforme o destino da viagem. Na ABDI, presidente e diretores podem viajar em classe executiva — assessores que os acompanham também têm direito ao benefício.

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