O processo de investigação da
Fifa que resultou na prisão de dirigentes da entidade nesta quarta-feira
foi conduzido pelos Estados Unidos porque a lei americana dá autoridade
ao Departamento de Justiça para abrir casos contra estrangeiros que
vivem no exterior. Os promotores americanos têm usado deste expediente
para investigar casos de terrorismo internacional.
Para
que os americanos possam proceder este tipo de investigação, os Estados
Unidos precisam apenas de uma ligação dos suspeitos com o país, como,
por exemplo, um provedor de serviços de internet ou banco americano.
No
caso da Fifa, as acusações estão relacionadas a um grande esquema de
corrupção dentro da entidade nos últimos 24 anos, envolvendo corrupção,
fraude, extorsão, lavagem de dinheiro e propinas no valor de US$ 150
milhões (cerca de R$ 450 milhões) ligados a Copas do Mundo e acordos de
marketing e de transmissão de jogos pela televisão. As propinas seriam
pagas em contas de bancos americanos. Os mundiais da Rússia (2018) e do Qatar (2022) são alvos da investigação de agentes do FBI, a polícia federal americana.