Nos últimos dias, circulou nos grupos de WhatsApp um texto que vem ecoando um sentimento de insatisfação diante de uma prática preocupante da atual gestão municipal. Trata-se da divulgação da entrega de três veículos à Secretaria Municipal de Saúde — uma ação que, à primeira vista, poderia parecer positiva, mas que levanta sérias questões quanto à forma como foi apresentada à população.
Os veículos em questão não foram adquiridos para a frota própria do município, mas sim alugados por meio de contrato de locação. Mesmo assim, a comunicação feita nos perfis oficiais da Prefeitura, no perfil pessoal do prefeito e em blogs ligados a pessoas com cargos comissionados foi conduzida como se os automóveis tivessem sido comprados com recursos públicos, como uma conquista permanente para o município.
Esse tipo de divulgação, que omite a natureza real da ação, compromete a transparência e a honestidade que devem reger a administração pública. Mais do que uma simples falha de comunicação, a apresentação distorcida do fato pode ser interpretada como uma tentativa de promoção pessoal e eleitoreira, o que contraria os princípios constitucionais da publicidade, da moralidade e da impessoalidade.
É dever da gestão informar corretamente: veículo alugado não é conquista patrimonial. É um recurso temporário, que atende a uma necessidade momentânea, sem gerar acervo para o município. Tratar esse tipo de contrato como se fosse investimento em frota própria é subestimar a inteligência da população e desrespeitar o compromisso com a verdade.
A população merece respeito, clareza e responsabilidade na condução da coisa pública. Fingir que se entregou algo que, na verdade, foi apenas alugado, é desonesto. A verdade precisa ser dita, doa a quem doer.
Nenhum comentário :
Postar um comentário