Há 51 dias sem ministro titular na Saúde, o governo Jair Bolsonaro (sem partido) continua omitindo, desde a saída de Nelson Teich, os números totais de mortos por coronavírus em redes sociais.
As publicações do governo no Twitter e Facebook
favorecem a divulgação de "brasileiros salvos", "em recuperação" e
indica o número total de casos, com rankings comparativos com outros
países. Já o indicativo de mortes apresenta o número de óbitos por
milhão, e não os dados totais.
O Brasil é o segundo país com mais mortes por Covid-19, atrás apenas
dos EUA, mas no índice de mortes por 1 milhão, divulgados nas redes pelo
governo, aparece em 15º.
Em junho, o governo passou a atrasar a divulgação dos dados. À época, Bolsonaro chamou a TV Globo de "TV funerária"
e disse "acabou matéria no Jornal Nacional". Na ocasião, o Ministério
da Saúde mudou a forma de apresentar os dados totais de casos
confirmados, mortes e curvas de infecção por região —a pasta começou a
mostrar apenas os dados referentes às últimas 24 horas, omitindo os
registros totais.
Os números voltaram a ser divulgados após decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Essas informações são divulgadas diariamente nas redes sociais pelo "Placar da Vida" do governo federal. O novo formato foi criado
após o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) dizer que os
veículos de imprensa "só mostram caixão", em abril. A partir de 18 de
maio, as postagens do Ministério da Saúde compartilham nas redes esses
informativos.
Os dados encaminhados diariamente à imprensa e publicados no portal
do governo mantêm os indicadores de óbitos totais e aumento nas últimas
24 horas.
Anteriormente, os dados divulgados indicavam o total e os novos casos
de óbitos registrados nas últimas 24 horas. Esse tipo de informação era
divulgado anteriormente pelo governo e é utilizado nas publicações da
OMS (Organização Mundial da Saúde).
O Brasil registrou 1.111 novas mortes em decorrência da covid-19 em
24 horas de sexta para o sábado, segundo o consórcio de veículos de
imprensa do qual o UOL faz parte. Assim, o total chegou
a 64.365 óbitos —100 a mais que o divulgado pelo Ministério da Saúde,
que apontou 64.265 mortes no total e 1.091 novos óbitos. Foi o quinto
dia seguido que o país ultrapassou as mil mortes diárias. Os dados foram
divulgados ontem.
Sem titular
É a primeira vez desde 1953 que o ministério fica tanto tempo sem um titular.
Naquele ano, Antônio Balbino comandou de agosto a dezembro a pasta
interinamente, enquanto também era chefe do Ministério da Educação
(MEC). As duas pastas haviam acabado de se separar.
O general foi pinçado do "banco de talentos" das Forças Armadas para
entrar no Ministério da Saúde. Primeiro, ele ocupou o cargo de
secretário-executivo na gestão de Teich. Neste período já era apontado
por secretários locais como o verdadeiro ministro da Saúde.
Outro lado
O Ministério da Saúde informou que publica diariamente em suas redes
sociais o link do "Painel Cornavírus". O endereço direciona para página
covid.saude.gov.br, que apresenta os relatórios completos e todas
informações da doença no país.
"Diariamente, as informações sobre casos e óbitos também são enviadas
por lista de transmissão a mais de 500 jornalistas assim que o boletim
do dia é consolidado. Os dados também são publicados na página principal
do site do Ministério da Saúde.
A pasta, assim, vem garantindo transparência sobre os dados
disponíveis sobre a doença e sua distribuição em território nacional",
informou, em nota.
"Diariamente, as informações sobre casos e óbitos também são enviadas
por lista de transmissão a mais de 500 jornalistas assim que o boletim
do dia é consolidado. Os dados também são publicados na página principal
do site do Ministério da Saúde", completou.
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