Tribuna do Norte
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN)
denunciou o deputado estadual Ricardo Motta pelos crimes de lavagem de
dinheiro, corrupção passiva e peculato. Ao todo, foram oferecidas quatro
denúncias contra Ricardo José Meireles da Motta, todas desdobramentos
da operação Candeeiro, deflagrada pelo MPRN em 2 de setembro de 2015.

As denúncias são assinadas pelo procurador-geral de Justiça (PGJ), Eudo
Rodrigues Leite, e foram embasadas por acordos de colaboração premiada
já homologados e acordo de leniência. Além disso, as denúncias são
reforçadas por provas compartilhadas pelo Supremo Tribunal Federal, em
decisão de outubro do ano passado. O MPRN também pediu o sequestro de
bens de Ricardo Motta para ressarcir os cofres públicos. Uma das
denúncias oferecidas é reforçada por um acordo de leniência, o primeiro
firmado na história do Ministério Público do Rio Grande do Norte. Um
acordo de leniência se configura quando uma empresa investigada admite
ter participado de um esquema fraudulento e se compromete a auxiliar na
investigação. As denúncias ainda estão sob segredo de justiça.
Nesse acordo firmado, a empresa se
comprometeu a pagar, em decorrência das infrações e ilícitos cometidos, o
valor de R$ 800 mil ao Idema a título de reparação de danos e multa
prevista na Lei de Improbidade Administrativa, além de relatar e
comprovar como eram cometidos os crimes. Um funcionário da empresa que
servia como elo de ligação no esquema também firmou acordo de
colaboração premiada, comprometendo-se a devolver R$ 150 mil ao Idema.
Somados, os dois acordos proporcionaram a devolução de R$ 950 mil à
autarquia estadual.
Em 2016, Gutson Reinaldo foi condenado a 17
anos, um mês e 75 dias de prisão e a restituir aos cofres do Idema. Após
a condenação, ele firmou acordo de delação premiada com o MPRN e o
Ministério Público Federal (MPF), onde relatou como os crimes eram
cometidos dentro do Idema. Na delação, Gutson afirma que o principal
beneficiário dos desvios de recursos foi o deputado estadual Ricardo
Motta, que, por exercer o controle político da autarquia, indicou
pessoas para ocupar cargos na entidade e compor a organização criminosa.
Defesa
Procurada pela TRIBUNA DO NORTE, a defesa do deputado estadual Ricardo Motta afirmou que não se pronunciaria por não ter conhecimento do conteúdo das denúncias, já que ainda corre sob segredo de justiça. "Por desconhecer o conteúdo das denúncias, considerando que a própria notícia traz a informação de que as ações estão em segredo de justiça, igualmente não sabendo em que contexto houve citação de nomes, a defesa se limita a afirmar que não irá se pronunciar sobre o mérito neste momento", afirmou Thiago Cortez, advogado do deputado.
Procurada pela TRIBUNA DO NORTE, a defesa do deputado estadual Ricardo Motta afirmou que não se pronunciaria por não ter conhecimento do conteúdo das denúncias, já que ainda corre sob segredo de justiça. "Por desconhecer o conteúdo das denúncias, considerando que a própria notícia traz a informação de que as ações estão em segredo de justiça, igualmente não sabendo em que contexto houve citação de nomes, a defesa se limita a afirmar que não irá se pronunciar sobre o mérito neste momento", afirmou Thiago Cortez, advogado do deputado.
Operação Candeeiro
Deflagrada em 2 de setembro de 2015, a operação Candeeiro buscou descortinar esquema milionário no âmbito do Idema, através do qual uma refinada associação criminosa instalada na sua Unidade Instrumental de Finanças e Contabilidade se utilizava de ofícios autorizadores de pagamento como forma de desviar recursos.
Deflagrada em 2 de setembro de 2015, a operação Candeeiro buscou descortinar esquema milionário no âmbito do Idema, através do qual uma refinada associação criminosa instalada na sua Unidade Instrumental de Finanças e Contabilidade se utilizava de ofícios autorizadores de pagamento como forma de desviar recursos.
Ao todo, participam da operação 26 promotores
de Justiça e cerca de 100 policiais nas cidades de Natal, Parnamirim,
Santana do Matos e Mossoró, para cumprimento de cinco mandados de prisão
temporária, 10 mandados de condução coercitiva e 27 mandados de busca e
apreensão, expedidos pela 6ª vara Criminal de Natal.
Nenhum comentário :
Postar um comentário