Látex, fibra de açaí e corantes
naturais, como o urucum. As matérias-primas deram origem ao novo
produto da Encauchados de Vegetais da Amazônia: o chinelo orgânico. A
novidade foi lançada na Bio Brazil Fair | Biofach América Latina,
no espaço Brasil – Produtos da Agricultura Familiar, da Secretaria
Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead).
A
artesã Maria Damasceno, representante do projeto e produtora da Polo de
Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais
(Poloprobio) - um dos 10 empreendimentos selecionados pela Sead para a
feira - explica que a ideia do chinelo surgiu como solução ao excedente
de látex extraído pelas famílias seringueiras das comunidades
ribeirinhas da Ilha de Marajó e Tapajós, no Pará.
Com
a sobra, uma nova obra de arte. “Nós já trabalhávamos com o artesanato,
mas ainda ficávamos com muito látex. Também tínhamos fibras vegetais
residuais, principalmente, do processamento do açaí. Então, resolvemos
unir o açaí, alimento dos ribeirinhos, com a borracha, nosso sustento
histórico”, conta Damasceno.
A
sandália é 100% sustentável. A palmilha traz uma folha representando a
floresta. No solado, um desenho marajoara lembra a força do povo
nortista e a beleza da cultura local. “Nós trouxemos 100 pares para a
Bio Brazil e já vendemos 90%. É um orgulho muito grande para as famílias
de agricultores familiares que produziram as sandálias”, ressalta a
artesã.
O chinelo orgânico é vendido a R$ 80 e também pode ser adquirido pelo site: www.poloprobio.org.br.
Todos os visitantes que comparam as sandálias participam de uma
pesquisa de opinião para saber se o produto é confortável e durável.
Comercialização
Esta
é a segunda vez que os encauchados participam da Biofach América
Latina. A última participação garantiu negócios no Brasil e no exterior,
em mercados como o de Recife e da França. Para Maria, a feira é uma
ótima oportunidade não só para fazer novos clientes, mas também para
adquirir conhecimento e amadurecer o empreendimento. “Com as feiras que
já participamos melhoramos muito o nosso trabalho, o atendimento e a
forma de divulgar a nossa produção. Sem contar que voltamos com as
baterias recarregadas, motivados para aumentar a produtividade”,
afirmou.
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