São 14 integrantes da família com polidactilia. ‘Já somos hexa desde que nascemos’, brinca matriarca.
BRASÍLIA – Uma mutação genética virou brincadeira para uma família de
moradores do Distrito Federal em tempos de Copa do Mundo. Boa parte dos
integrantes têm seis dedos em cada mão e também em cada pé. Eles
decidiram aproveitar a diferença para incentivar o Brasil rumo à
conquista do sexto título mundial. Segundo as contas da família, são 14
os integrantes que manifestaram a polidactilia.
— Nós já somos hexa desde que nascemos. Agora é a vez do Brasil nos alcançar — brinca a aposentada Silvia Santos.
A
variação genética da polidactilia começou na família com o pai de
Silvia, Francisco de Assis Carvalho da Silva, já falecido. Advogado e
músico, conhecido como “Six” por causa da diferença, ele foi um dos
fundadores do Clube do Choro e chegou a presidir a agremiação, uma das
mais tradicionais da capital.
Silvana, irmã de Silvia, diz que a música continuou na família, independente de quem nasceu com cinco ou seis dedos.
—
Meu irmão toca cavaquinho, outro toca piano, meus sobrinhos tocam. Meu
pai incentivou sempre a todos — diz. Ela afirma que os seis dedos não
atrapalham os integrantes da família. Segundo Silvana, apenas os mais
novos têm um pouco mais de trabalho com a curiosidade dos colegas de
escola, mas diz que nunca sofreram qualquer discriminação.
O bom humor do pai é descrito pelas duas como um dos motivos pelos quais elas convivem bem com a diferença.
—
Meu pai tinha seis dedos, era muito comunicativo e sempre tratou essa
questão dos seis dedos com alegria. Por isso para gente isso é normal,
aqui estranho é quem tem cinco dedos — diz Silvia. Os demais integrantes
também lidam de forma tranquila, tanto que um dos irmãos deu o seguinte
nome para uma chácara que comprou: Fazenda Meia Dúzia.
Silvia
conta que dos seus três filhos, somente um, Eduardo, não apresenta a
polidactilia e que quando uma das irmãs foi tirar um dos dedos do pé ele
pedia que o dedo fosse guardado para que ele também pudesse ter seis.
Silvia explica que a opção das mulheres da família de retirar os dedos
“extras” do pé é apenas estética e que a mutação não atrapalha em nada.
— É só por uma questão estética, de vaidade, fica mais bonito para usar sandália — diz.
Para
aproveitar o clima da Copa, usarão a tradicional festa junina que fazem
todos os anos para fazer o “Arraia dos Hexas” e acompanhar o jogo entre
Brasília e Camarões na próxima segunda-feira. No palpite para o jogo,
Silvia reafirma o otimismo: “seis a zero”.
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