O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), anunciou que vai entrar com uma representação no Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz Márlon Ribeiro, autor do livro O
Nobre Deputado.
Em pronunciamento, Alves rebateu reportagem exibida pelo programa
Fantástico, da Rede Globo, sobre o livro, que retrata um deputado
fictício, chamado Cândido Peçanha, que compra votos, desvia recursos
públicos e pratica diversos atos de corrupção.
No pronunciamento, a reportagem, segundo Alves, incorre em “denúncias
genéricas, sem indicação de nomes, minam as instituições fundamentais” e
“reforça nos eleitores a falsa ideia de que a política nada lhes
serve”.
Parlamentares da oposição e da situação também chamaram de
“genéricas” as informações apresentadas pela reportagem. O presidente da
Câmara criticou ainda o uso de imagens das sessões da Câmara dos
Deputados para ilustrar a atuação do personagem. “As diversas alusões a
um deputado fictício, associadas a repetidas imagens no plenário da
Câmara dos Deputados e do Palácio do Congresso traduzem exercício
impróprio do direito de informar: sem possibilitar o direito de defesa,
vilipendiam a imagem do Parlamento.”
Após o pronunciamento, os deputados fizeram um apelo para que Alves
entrasse com um pedido de direito de resposta na emissora. O líder do
DEM, deputado Mendonça Filho (DEM-PE), disse que a denúncia era
gravíssima e cobrou que o juiz prove o que relatado no livro. “Se
porventura existe alguém cometendo uma irregularidade que se aponte”. Já
o vice-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu, que
além da representação no CNJ, o juiz seja convidado a falar no
Parlamento.
“Caso as denúncias sejam verídicas, que se abra comissão parlamentar
de inquérito (CPI), ou se tome outras medidas cabíveis,” argumentou.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) saiu em defesa do juiz e alegou
que os deputados estão extrapolando, uma vez que a reportagem é
“baseada, no livro do juiz, que é uma obra de ficção com elementos da
realidade, mas que apresenta as coisas de forma genérica", disse, porém
criticou a reportagem.
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