Alimentos
substituem o pólen e o néctar usado pelos animais.
Projeto é de aluno de mestrado da Ufersa, em Mossoró.
Um
projeto de mestrado desenvolvido por um aluno da Universidade Federal do
Semiárido (Ufersa), no Rio Grande do Norte, descobriu uma forma
de combater o desaparecimento das abelhas, provocado pela seca. O projeto está
sendo desenvolvido em alguns apiários deMossoró, na região Oeste do estado.
O zootecnista Franklin Souza, que desenvolve o projeto, explica que as
abelha são alimentadas com um xarope energético e uma farelo proteico a cada
oito dias. O xarope é colocado dentro da colmeia e o farelo em um recipiente
coletivo no meio do apiário. Os dois alimentos substituem o pólen e o néctar.
"A gente está fornecendo uma alimentação proteica, que é o substituto do
pólen para as abelhas e uma alimentação energética para conseguir manter os
enxames nessa seca. Porque, com a seca severa que a gente vem enfrentando, as
abelhas não conseguem encontrar nem néctar nem pólen na natureza",
acrescenta.
O
apicultor Giomar Neves, que é presidente da Federação Apícola do Rio Grande do
Norte, tinha 220 colmeias antes da estiagem. Em 2012, chegou a ficar com apenas
20. A perda de produção do estado chegou a 90% no acumulado dos quase 3 anos de
seca. Mas, atualmente, o que se vê dificilmente seria encontrado em outros
tempos. O apiário do produtor está populoso. Ele garante que só é possível
manter as abelhar por causa da alimentação especial. “Agora a gente está
tentando recuperar os enxames, a gente espera que no início de 2014 as colmeias
estejam todas habitadas, para que a gente já possa ter uma produção no início
do inverno”, diz.
Algumas colmeias também são alimentadas com açúcar puro. O objetivo,
neste caso, não é produzir mel, mas renovar e multiplicar os enxames pra que
estejam prontos para trabalhar quando caírem as primeiras chuvas.
Em 15 dias de alimentação para as abelhas, já houve um crescimento de
50% na população de insetos em cada colmeia. As abelhas rainhas mais antigas
estão sendo substituídas por outras mais novas. Agora só falta recuperar a
produção de mel, que vai depender do período chuvoso de 2014.
Até lá, Giomar espera estar com as colmeias completas. Porém, para que
isso ocorra, ele está desembolsando de R$ 300 a R$ 400 por mês para
alimentá-las bem. “Eu não considero gasto. Considero investimento, porque é uma
coisa que vai ter retorno”, conclui o produtor.
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