Com a dura e intensa estiagem que
atinge o Rio Grande do Norte há cerca de um ano, moradores de diversos
municípios do estado são obrigados a gastarem boa parte do dinheiro de
programas sociais (como o bolsa o família) em água consumível. Em cidades como: Ipueira, Carnaúba dos Dantas, Equador, São José
do Seridó, Antônio Martins, Água Nova, João Dias, Pilões e São Francisco do
Oeste, é perceptível a dura luta enfrentada pelos agricultores. Além da
morte de animais e destruição de lavouras, os agricultores ainda sucumbem aos
efeitos provocados pela estiagem com a falta do bem mais precioso, a água.
A governadora Rosalba Ciarlini decretou "situação de
emergência por seca" em 150 dos 167 municípios do estado. Em novembro, a
Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) confirmou que nove
municípios continuam em colapso no abastecimento. O programa “Fantástico” da rede Globo mostrou no último domingo
(01/11) como funcionam os programas de combate a seca no nordeste. No Brasil, o
principal responsável pela distribuição é o Exército, que paga até R$ 15 mil
mensais para cada um dos seis mil pipeiros responsáveis por levar água a 835
cidades, em nove estados, para quase quatro milhões de pessoas. Só em 2013, o
governo já gastou mais de meio bilhão de reais no programa. Nas cidades
referidas, populares relataram o sofrimento devido à seca. Brigas e ameaças na
disputa por um lugar no chafariz público e caixas d’águas comunitárias são
vistas com assiduidade, há casos que terminam na delegacia, inclusive, há
relatos de pessoas que abandonaram suas respectivas profissões no intuito de
vender barris e galões aos moradores necessitados. Outro fator notório é a reclamação por parte dos usuários da água
fornecida por chafarizes e caixas d’águas comunitários que afirmam que o
líquido proporcionado é impróprio para o consumo humano. "Essa água verde que eu pego é fedida e não presta pra beber.
Mesmo assim, é com ela que eu cozinho, dou banho nos meninos e preparo a nossa
comida", descreveu uma moradora. Segundo o coronel Marcelo Pellense,
coordenador do programa no Rio Grande do Norte, em 113 municípios do estado
caminhões foram contratados para levar água aos desassistidos pela seca. "Toda a água que o Exército fornece é potável, vem da própria
Caern e é apropriada para o consumo. Nas cidades em que a Caern não tem de onde
tirar água, são os municípios que indicam os mananciais. A cada 30 dias, as
prefeituras precisam nos enviar relatórios de análise da qualidade da
água", ressaltou o oficial.
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