terça-feira, 9 de junho de 2020

Policial, que acolheu crianças em cena de crime, recebe doação de participantes do “Caminhos da Justiça”


Após atender ocorrência de homicídio, policial civil adota cinco ...
Reeducandos e assistidos pelo programa Caminhos da Justiça, realizaram um gesto de solidariedade. Sensibilizados com a atitude da policial civil Flaviana Bezerra, que após atender uma ocorrência de homicídio, acolheu sob a guarda dela, os cinco filhos da vítima do crime, decidiram contribuir financeiramente. 

A contribuição foi entregue pelo reeducando Manoel Bernardes, na 10ª Vara Criminal de Natal, unidade judiciária que tem à frente a magistrada Lena Rocha: criadora e coordenadora do programa “Caminhos da Justiça”, do Poder Judiciário do Rio Grande do Norte. O programa apoia egressos do sistema penal e as famílias deles, desde 1997.

A iniciativa da contribuição ocorreu com observância aos protocolos sanitários relacionados à Covid-19; sem aglomeração e com o uso de equipamentos de proteção. Cada participante do programa doou espontaneamente o valor de R$ 5 reais, resultando no valor total doado de R$ 500 reais. 

Para a juíza Lena Rocha, o gesto dos reeducandos serve como ensinamento à toda a comunidade, por se tratar de pessoas que estão em situação de desvantagem, mas, com muita sensibilidade, enxergam a situação do semelhante e buscam auxiliar de alguma forma. 

Flaviana Bezerra ressaltou que a atitude dos reeducandos, em favor de uma policial e da família, é uma demonstração de evolução da humanidade. Para Flaviana, em cada real doado existe uma simbologia, um gesto de amor, de quem deu a volta por cima. Cada um dos recuperandos buscou fazer parte de algo especial e transformador.

O caso, que deu origem ao acolhimento das crianças, aconteceu em agosto de 2018, em Parnamirim. Ao atender uma ocorrência, Flaviana se deparou com crianças e adolescentes, entre seis e 15 anos à época, que já eram órfãs de mãe e, naquele dia, perderam o pai. Havia também, um bebê de colo, neto do homem assassinado.

A policial da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, ressaltou que, desde o início, houve identificação e confiança, entre ela e os órfãos. Com o apoio de policiais e de parentes, em 2019, Flaviana conseguiu obter a guarda provisória de cinco, dos seis órfãos.  

A policial enfatizou que, logo nos primeiros dias, passou a se sentir mais confiante e fortalecida da decisão, pois, desde então, pôde contar com a ajuda e a solidariedade de pessoas, das mais variadas localidades, profissões e classes sociais.


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