Pela primeira vez na história,
uma comitiva de lideranças indígenas potiguares foi recebida na governadoria,
sede do governo do RN. O encontro aconteceu nesta sexta-feira (29) e tratou de
reivindicações comuns às comunidades remanescentes do RN. a reunião, que
resultou na criação de um grupo de trabalho proposto pela chefe do Executivo
estadual para dar andamento às reivindicações. Um dos principais assuntos
discutidos foi a inauguração da Escola Estadual Indígena do Amarelão, situada
no território Mendonça, em João Câmara. Construída com recursos do Governo
Cidadão, com financiamento do Banco Mundial na ordem de R$ 4,7 milhões, a
escola tem previsão de iniciar o ano letivo no dia 15 de abril. Apesar de haver
ainda alguns entraves burocráticos, a governadora pediu para que seja feita uma
força-tarefa a fim de que o prazo seja cumprido. A pauta de reivindicações foi
apresentada por José Carlos Tavares (da comunidade do Amarelão), representando
a Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo
(Apoinme).
Além da escola, ele solicitou apoio para o transporte de 50 pessoas
ao Acampamento Território Livre (ATL), que é realizado anualmente no mês de
abril, em Brasília; espaço para o artesanato indígena em feiras nacionais e
internacionais como Fiart (Natal) e Fenearte (Olinda-PE); bem como o apoio da Fundação
José Augusto às manifestações culturais de cada povo. Também foram solicitados
segurança pública para as comunidades (rondas, postos policiais), garantia de
abastecimento de água e distribuição de sementes. “O acampamento em Brasília é
um fórum para discussão das políticas públicas para a causa indígena. É
importante marcarmos presença e por isso pedimos o transporte, porque já
estamos nos mobilizamos para garantir alimentação e barracas”, disse José
Carlos. Ele pontuou o ineditismo do encontro com a governadora, por ser a
primeira vez que foram recebidos na Governadoria. O cacique Dioclécio Bezerra,
da comunidade Santa Terezinha, do território Mendonça, destacou a importância
do cumprimento da legislação que determina acerca da contratação do quadro de
pessoal da escola, para que os funcionários sejam indígenas. Manoel Leôncio, cacique de Sagi-Trabanda (Baía
Formosa), falou sobre as dificuldades do transporte escolar e reivindicou a
construção da escola indígena, que segundo ele deveria ter sido incluída no
projeto do Governo Cidadão, e Francisca Bezerra (Tapuia Taparás, São Gonçalo e
Macaíba) citou a dificuldade com relação à segurança hídrica. Esses pontos de
pauta também serão incluídos nas discussões do GT.
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