sábado, 30 de março de 2019

Representantes indígenas do RN são recebidos pela primeira vez na Governadoria



Pela primeira vez na história, uma comitiva de lideranças indígenas potiguares foi recebida na governadoria, sede do governo do RN. O encontro aconteceu nesta sexta-feira (29) e tratou de reivindicações comuns às comunidades remanescentes do RN. a reunião, que resultou na criação de um grupo de trabalho proposto pela chefe do Executivo estadual para dar andamento às reivindicações. Um dos principais assuntos discutidos foi a inauguração da Escola Estadual Indígena do Amarelão, situada no território Mendonça, em João Câmara. Construída com recursos do Governo Cidadão, com financiamento do Banco Mundial na ordem de R$ 4,7 milhões, a escola tem previsão de iniciar o ano letivo no dia 15 de abril. Apesar de haver ainda alguns entraves burocráticos, a governadora pediu para que seja feita uma força-tarefa a fim de que o prazo seja cumprido. A pauta de reivindicações foi apresentada por José Carlos Tavares (da comunidade do Amarelão), representando a Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme).
Além da escola, ele solicitou apoio para o transporte de 50 pessoas ao Acampamento Território Livre (ATL), que é realizado anualmente no mês de abril, em Brasília; espaço para o artesanato indígena em feiras nacionais e internacionais como Fiart (Natal) e Fenearte (Olinda-PE); bem como o apoio da Fundação José Augusto às manifestações culturais de cada povo. Também foram solicitados segurança pública para as comunidades (rondas, postos policiais), garantia de abastecimento de água e distribuição de sementes. “O acampamento em Brasília é um fórum para discussão das políticas públicas para a causa indígena. É importante marcarmos presença e por isso pedimos o transporte, porque já estamos nos mobilizamos para garantir alimentação e barracas”, disse José Carlos. Ele pontuou o ineditismo do encontro com a governadora, por ser a primeira vez que foram recebidos na Governadoria. O cacique Dioclécio Bezerra, da comunidade Santa Terezinha, do território Mendonça, destacou a importância do cumprimento da legislação que determina acerca da contratação do quadro de pessoal da escola, para que os funcionários sejam indígenas.  Manoel Leôncio, cacique de Sagi-Trabanda (Baía Formosa), falou sobre as dificuldades do transporte escolar e reivindicou a construção da escola indígena, que segundo ele deveria ter sido incluída no projeto do Governo Cidadão, e Francisca Bezerra (Tapuia Taparás, São Gonçalo e Macaíba) citou a dificuldade com relação à segurança hídrica. Esses pontos de pauta também serão incluídos nas discussões do GT.


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