G1 RN
Governo
afirmou na última sexta-feira (30) que não tem expectativa de concluir folha de
pagamento dentro do ano de 2018. Décimo terceiro de 2017 ainda não foi
concluído.
O atraso do
pagamento de salário de dezembro e do 13º salário de 2018 dos servidores
públicos estaduais vai retirar cerca de R$ 1 bilhão de circulação da economia
do Rio Grande do Norte no período de festas natalinas e ano novo. A situação
preocupa o setor de comércio e serviços que prevê um impacto de frustração das
expectativas de vendas do comércio.
As
estimativas do valor são do Fórum de Servidores do Estado, que aponta a falta
de pagamento de duas folhas (dezembro e 13º de 2018), além da conclusão do
pagamento do 13º de 2017, que não foi depositado para os servidores que ganham
acima de R$ 5 mil - são cerca de R$ 141 milhões. O governo também não anunciou
quando vai pagar os salários de novembro para os servidores que ganham acima de
R$ 5 mil.
Na última
sexta-feira (30), a secretária do Gabienete Civil do RN, Tatiana
Mendes Cunha, confirmou em entrevista que o governo não tem expectativa de
pagar o 13º e os salários de dezembro dentro do ano de 2018, por causa da
crise financeira pela qual o estado passa. Ela ainda considerou que o governo
precisa ganhar uma ação na Justiça para fazer uma operação de crédito que
permita o pagamento do 13º do ano passado.
Segundo o
presidente da Fecomércio no Rio Grande do Norte, Marcelo Queiroz, a situação
causa preocupação, uma vez que os salários do serviço público representam 40%
da massa salarial do estado e, somente o funcionalismo estadual é responsável
por 28% do montante.
"É um
peso muito grande. É um volume muito grande de recursos que deixarão de
circular. É impossível não dizermos que haverá, sim, reflexos negativos nas
nossas vendas, com possíveis impactos até mesmo na geração de empregos",
considerou.
Ainda de
acordo com Marcelo Queiroz, a estimativa do comércio era fechar o ano com um
aumento nas vendas entre 5% e 6% - "o que seria uma grande vitória, visto
que no ano passado terminamos com retração de 1,5%". Porém, com o a falta
de pagamento dos salários e do 13º, ele considera que é praticamente certa
alguma frustração de estimativa.
"Nós
entendemos todas as dificuldades financeiras pelas quais o Executivo Estadual passa.
E é exatamente por isso que temos alertado para a necessidade urgente de se
encontrar caminhos para o reequilíbrio fiscal e financeiro das contas
públicas", considerou.
CDL prevê
crescimento de vendas
O presidente
da CDL Natal, porém, não acredita que o valor "alardeado" seja
correto. Augusto Vaz afirma que, segundo o governo do estado, o 13º
acrescentaria R$ 500 milhões em circulação no estado e a falta desse valor
seria o maior impacto para o comércio. Ainda de acordo com ele, ainda assim, a
estimativa é de crescimento das vendas, em torno de 4,5%.
"Ano
passado, o governo não pagou o décimo terceiro e mesmo assim tivemos
crescimento. É claro que é ruim para as famílias dos servidores e faz falta
para a economia, mas o comércio não depende exclusivamente disso",
considerou.
Augusto Vaz
ainda ponderou que o décimo terceiro dos servidores estaduais representa
estatiticamente entre 15% e 20% da massa de bonificações natalinas distribuídas
no estado, consideando, além do poder público estadual, as empresas privadas, o
setor público federal e o municipal.
"Quando
a gente analisa o quadro geral, continua acreditando que o comércio deverá ter
saldo positivo", considerou.
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