Via Agencia Brasil
Ao encerrar hoje (21) sua passagem pelo Nordeste, onde fez campanha no Ceará, Piauí e Maranhão,
o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, cobrou
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a realização de busca e apreensão
nas empresas suspeitas de financiar os disparos de fake news anti-PT.
Ele demonstrou sua decepção com a demora nas providências. "Ficamos
muito frustrados com essa certa leniência [da Justiça Eleitoral]."
Segundo Haddad,
na ação protocolada no TSE, o PT pediu que fosse feita uma busca e
apreensão em empresas que venderam pacotes de mensagens via aplicativo
de celular. "Há fatos concretos que evidenciam o uso de dinheiro sujo na
campanha eleitoral para caluniar. Eu penso que caberia uma busca e
apreensão para elucidar de uma vez por todas [a denúncia]. Quando faz
uma busca e apreensão não está condenando, está dando robustez às provas
e evidências que já existem. Às vezes, a prova é frágil, você vai lá e
confirma."
Para o candidato, comprovado que empresários se
uniram para patrocinar a divulgação de notícias falsas contra o PT,
beneficiando a candidatura adversária de Jair Bolsonaro (PSL), haveria
três crimes nessa iniciativa: uso de cadastro sem autorização, caixa 2 e
calúnia e difamação. "É muito grave isso", afirmou.
Marola
O candidato também criticou informações publicadas pelo portal UOL de que os ministros do TSE
"não queriam criar marola" nas eleições dando destaque à denúncia.
"Isso é muito grave. Não consigo compreender como gente da Justiça tenha
pronunciado uma frase dessas", disse Haddad, acrescentando que não
ouviu a frase, mas estava reproduzindo uma notícia publicada pelo
portal. "Depois de todo o esforço que o Brasil fez para garantir que as
eleições transcorressem normalmente, [a postura] me parece contraditória
até aqui."
Na entrevista coletiva, após a caminhada no bairro do
Anil em São Luís, Haddad reiterou críticas a seu adversário, procurando
vinculá-lo a medidas adotadas pelo governo do presidente Michel Temer,
como a reforma trabalhista, e chamando-o de "chefe de milícia".
O candidato do PT disse que as propostas econômicas
do economista Paulo Guedes, caso Bolsonaro seja eleito, farão a
população sentir saudade do governo atual. Segundo ele, o adversário do
PSL cria clima de medo entre as pessoas e apenas os que estão
anestesiados não percebem essa insegurança.
"Meu adversário não é um democrata. Ele não sabe
conviver com a divergência", afirmou. "Não é um candidato a presidente. É
um chefe de milícia. Os filhos dele são milicianos, são capangas. As
pessoas têm de ficar atentas, porque acham que vão tutelando, mas você
não tutela milícia", ressaltou.
Campanha
Haddad fez campanha em um bairro popular de São Luís,
acompanhado do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), reeleito no
primeiro turno, e dos senadores eleitos Eliziane Gama (PPS-MA) e
Weverton Rocha (PDT-MA), além da presidente nacional do PT, Gleisi
Hoffmann, e de deputados federais e estaduais aliados.
Parte do trajeto, o candidato fez a pé. Depois subiu
em uma caminhonete e foi seguido por aliados que portavam bandeiras,
usavam camisetas do PT e adesivos alusivos ao presidenciável. No final,
Haddad participou de um rápido comício, no qual pediu apoio dos
presentes para ganhar um ponto percentual por dia até o próximo domingo e
vencer a eleição.
No discurso, o petista prometeu que, se eleito, logo após tomar posse, no dia 1º de janeiro, vai limitar o preço do botijão de gás a R$ 49.
Segundo ele, o impacto da medida é pequeno nas finanças da Petrobras e
pode ser custeado pelo remanejamento de despesas. O gás de cozinha,
conforme Haddad, representa 4% do faturamento da empresa.
Outra promessa foi o reajuste dos benefícios do Bolsa
Família em 20% a partir de janeiro. Esse aumento representa R$ 5,5
bilhões ao ano. "O Bolsa Família, em janeiro, terá um acréscimo de 20%,
porque as famílias estão sofrendo", disse Haddad, acrescentando que a
medida visa recuperar o poder de compra dos mais pobres.
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