O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
do Brasil subiu 0,001 ponto em 2017 na comparação com 2016 chegando a
0,759 numa escala que varia de 0 a 1 —quanto mais próximo de 1, maior o
desenvolvimento humano.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), um incremento de 0,14% na renda média per capita
do brasileiro garantiu que o país continuasse avançando, mesmo
timidamente, no desenvolvimento humano em 2017, apesar de as
desigualdades no acesso da população à saúde, educação e perspectivas
econômicas ainda persistirem.
O novo índice manteve o Brasil na 79ª posição
no ranking que inclui 189 países. Na América Latina, o país ocupa o 5º
lugar, perdendo para Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela. O IDH
brasileiro está acima da média regional da América Latina e Caribe, de
0,758.
AJUSTES
Quando o órgão inclui na conta um ajuste com relação a
desigualdades de renda, saúde e educação, o IDH brasileiro despenca
para 0,578.
O Brasil tem o 9º pior coeficiente de Gini –que mede
exclusivamente a renda– na comparação mundial. Entre os países da
América do Sul, o Brasil é o terceiro mais afetado por esse ajuste da
desigualdade, ficando atrás do Paraguai e da Bolívia.
Na relação com dados colhidos desde 1990, o país
registrou um crescimento de 0,81% da taxa anual do IDH, com acréscimo de
mais de 10 anos na expectativa de vida, que passou a ser de 75,7 anos, e
de 3,2 anos na expectativa de tempo de escolaridade de crianças a
partir do ingresso nas escolas em idade regular. A média de estudos de
adultos com 25 anos ou mais passou de 3,8% para 7,8% e a renda dos
brasileiros neste mesmo período cresceu 28,6%.
MUNDO
Noruega (0,953), Suíça (0,944),
Austrália (0,939), Irlanda (0,938) e Alemanha (0,936) lideram o ranking
com os melhores resultados. Os cinco últimos países no ranking são:
Burundi (0,417), Chade (0,404), Sudão do Sul (0,388), República
Centro-Africana (0,367) e Níger (0,354).
A Irlanda registrou um dos maiores crescimentos ao
subir 13 posições de 2012 para 2017. Violência, conflitos armados e
crises internas fizeram com que países como Síria, Líbia, Iêmen e
Venezuela registrassem as maiores quedas do índice, respectivamente, 27,
26, 20 e 16 posições.
Considerando a realidade de 1990, o IDH global
aumentou 21,7% e o número de países classificados como de “muito alto
desenvolvimento humano” aumentou de 12 para 59 e os de “baixo
desenvolvimento humano” caiu de 62 para 38 neste período.
A expectativa de vida das pessoas, ao nascer, passou
de 65,4 anos em 1990 para 72,2 anos em 2017 e mais de 130 países
conseguiram universalizar as matrículas de crianças no ensino primário.
Entretanto, assim como no Brasil, os avanços são ameaçados pelas
desigualdades entre países ou até internamente. Mundialmente, a
diferença na distribuição de renda chega a 22,6%, enquanto as
desigualdades nos ganhos em educação são de 22% e em saúde, 15,2%.
O aumento da expectativa de vida para toda a
população também não pode ser confundido, segundo o Pnud, com qualidade
de vida. Em média, as pessoas em todo o mundo têm 87% da sua vida com
saúde relativamente boa, segundo a estatística, mas, “muitas enfrentarão
desafios de saúde nos últimos anos de vida”, destacou o programa
apontando a realidade dos países de baixo IDH.
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