domingo, 15 de julho de 2018

Coronel Azevedo mostra indignação com mortes de policiais e aponta o governo Robinson Faria como responsável pela explosão da violência no RN

 
Ex-comandante da Polícia Militar do Rio Grande do Norte e pré-candidato a deputado estadual pelo Partido Social Liberal (PSL), Coronel André Azevedo falou com exclusividade ao REDE NEWS 360, na noite deste sábado (14), quando externou sua preocupação e indignação com a matança de policiais no Rio Grande do Norte. Na ocasião, Azevedo não poupou críticas ao governo Robinson Faria (PSD), o qual ele apontou como o principal responsável pelo caos instalado na Segurança Pública potiguar.
“Perdemos mais um guerreiro. Agora o sargento Cipriano. São 18 policiais mortos este ano em nosso estado. O Rio Grande do Norte sabe a causa desse desastre: um governo irresponsável, enganador, traidor da confiança dos cidadãos e dos policiais, que acreditaram nas promessas para a Segurança Pública”, declarou o Coronel Azevedo.
Bacharel em Direito com Mestrado em governo e especialização em gestão de políticas públicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tendo comandado a PMRN de 24 de dezembro de 2016 a 15 de agosto de 2017 – no governo Robinson -, Coronel Azevedo atribuiu a explosão da violência no Rio Grande do Norte – que se deu a partir de 2016 – a falta de liderança do governador Robinson Faria junto ao sistema de segurança pública do Estado, bem como a falta de prioridade do atual governo em relação a Segurança Pública, lembrando que, ao invés de estruturar, este reduziu em um terço o custeio da Polícia Militar, na primeira oportunidade que teve de definir o orçamento.
“O principal problema é a falta de liderança do governo em relação ao sistema de segurança pública. As instituições que compõem esse sistema perderam a confiança no governo. O governo que promete e não cumpre. O governo que foi eleito para dar prioridade a Segurança Pública, tendo sido essa a sua bandeira de convencimento do eleitor em 2014, mas na prática, o que ele fez? Ele retirou um terço do custeio da Polícia Militar, da instituição que corresponde a cerca de 80% dos policiais estaduais. O governo Rosalba, que já era campeão de homicídios, dedicava ao custeio da PM cerca de R$ 35 milhões por ano. O ano menos ruim do atual governo na área da Segurança Pública foi 2015, quando executou o orçamento aprovado em 2014, na Assembleia Legislativa, orçamento esse ainda estabelecido pelo então governo Rosalba. No ano seguinte, 2016, quando o atual governo inseriu no orçamento as suas intenções, ele retirou R$ 10 milhões do custeio da PM, reduzindo de R$ 35 milhões para R$ 25 milhões anuais. E o governo foi além. Em 2017, retirou mais R$ 1 milhão, derrubando para apenas R$ 24 milhões o investimento. Coincidentemente ou não, a partir dessa redução brusca no orçamento da Polícia Militar, veio a explosão da violência em nosso estado”, apontou.
Denunciando o sucatamento da Polícia Militar do Rio Grande do Norte – a qual teve retirado do seu orçamento R$ 21 milhões em apenas 2 anos -, o Coronel Azevedo lembrou que essa instituição, sem as condições necessárias, é quem de fato está na linha de frente no enfrentamento do crescente índice de criminalidade, reforçando assim a tese da falta de compromisso do governador Robinson Faria com a Segurança Pública potiguar.
“NA Polícia Militar do Rio Grande do Norte o caos impera. Há quarteis que já desabaram e outros que ainda estão de pé graças a intervenção de populares ou de prefeituras. Você  imagine um orçamento que não ultrapassa os R$ 2 milhões anuais para com esse o Estado adquirir fardamento, armamento, munições, insumos, realizar a manutenção e concerto das viaturas, das estruturas prediais, dentre outras necessidades. Enquanto isso, como se sabe, na maioria dos municípios só existe a Polícia Militar. Por falta de efetivo, a Polícia Civil se retraiu às grandes cidades. Então, no frigir dos ovos, é a PM que carrega o piano nas costas”, denunciou.
O Coronel Azevedo também avaliou a situação da Segurança Pública no contexto nacional, apontando a elucidação dos crimes de homicídio como forma de reduzir o crescente índice. Segundo Azevedo, no Rio Grande do Norte a taxa de elucidação é 50% inferior a média nacional, que inclusive é baixíssima: apenas 10%.
“A taxa de homicídios no Brasil é altíssima. Não há nenhuma guerra no planete, atualmente, onde se vitimiza tantas pessoas, como se vitimiza no Brasil, como fruto da situação insegurança. Em média, cerca de 60 mil brasileiros perdem suas vidas anualmente. E como reduziríamos o número de homicídios no mundo, inclusive no Brasil? Melhorando a taxa de elucidação que é baixíssima no Brasil. Há publicações que dizem ser de apenas 10%, ou seja, em cada 100 crimes de homicídios, apenas 10 são elucidados e vão à Justiça para julgamento. No Rio Grande do Norte essa taxa não chega a 5%, apesar do incremento no custeio da Polícia Civil. Aqui quero fazer constar que o governo reduziu o custeio da PM e aumentou o da Polícia Civil. Além disso, o governo criou a Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), na Polícia Civil e criou cargos comissionados para que funcionasse essa Divisão”, avaliou.
Sobre o período em que esteve à frente da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, durante o atual governo Robinson Faria, o Coronel Azevedo defendeu que fez mais com menos.
“Quando estive à frente da Polícia Militar, durante oito meses, nós fizemos mais com menos, pois foi retirado um terço dos nossos recursos, inclusive o governador prometeu devolver, essa foi uma das condições para que eu aceitasse o convite, além de realização de concursos públicos em 2017 e 2018, dentre outras medidas, sendo que nenhum desses compromissos assumidos foi cumprido pelo governador e desde a minha saída tenho buscado esclarecer a situação para a sociedade”, defendeu.

Foto: Magnus Nascimento/TN

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