terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Policiais civis decidem manter paralisação e marcam ato

Mesmo diante da possibilidade de prisão, os policiais civis do Rio Grande do Norte decidiram manter a paralisação dos serviços e não acatar a decisão judicial proferida pelo desembargador Cláudio Santos. A decisão foi aprovada em assembleia, na tarde desta terça-feira (2), na sede do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública (Sinpol). Além dessa deliberação, a categoria também aprovou a realização de um ato público amanhã (3), a partir das 8h, em frente a Delegacia Geral da Polícia Civil (Degepol).
Policiais civis decidiram manter a paralisação dos serviços (Foto: Alex Régis) 
 
Com mais de 250 agentes presentes na assembleia, as deliberações foram aprovadas por unanimidade. Os policiais combinaram, inclusive, de se encontrarem para o ato vestidos com calção azul e camiseta branca, roupas e cores do fardamento utilizado pelos presidiários do Estado. A ação faz parte da mobilização feita pela categoria desde o dia 20 de dezembro, em reivindicação ao pagamento dos salários de novembro, dezembro, 13º e condições de trabalho.
"Não temos o que comer, não temos equilíbrio psicológico para trabalhar, então amanhã todo mundo estará na Degepol esperando levar voz de prisão. Se o nosso salário estivesse em dia, nós não estaríamos nem aqui reunidos", afirmou Nilton Arruda, presidente do Sinpol. Em nota, o sindicato informou que ainda não foi oficialmente notificado sobre a determinação do desembargador e que teria sido comunicado somente de forma extra-oficial pela Delegada Geral.
“Os policiais não estão em estado de greve, estão em estado de necessidade. Eles estão cobrando o pagamento dos salários atrasados para que possam ter condições de se alimentar e de se deslocar ao trabalho e, então, exercerem suas atividades normalmente”, dizia o comunicado. Até o momento, o Governo do Estado não possui previsão para os pagamentos de salários da categoria.
Sobre a ação do Sinpol, o desembargador Cláudio Santos não quis tecer comentários. Questionado pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, afirmou apenas que a decisão é da justiça pública e agora está sob responsabilidade do Governo do Estado, da Procuradoria e do Ministério Público.

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