Mesmo diante da
possibilidade de prisão, os policiais civis do Rio Grande do Norte
decidiram manter a paralisação dos serviços e não acatar a decisão
judicial proferida pelo desembargador Cláudio Santos. A decisão foi
aprovada em assembleia, na tarde desta terça-feira (2), na sede do
Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública
(Sinpol). Além dessa deliberação, a categoria também aprovou a
realização de um ato público amanhã (3), a partir das 8h, em frente a
Delegacia Geral da Polícia Civil (Degepol).
Policiais civis decidiram manter a paralisação dos serviços (Foto: Alex Régis)
Com mais de 250 agentes presentes na assembleia, as deliberações foram
aprovadas por unanimidade. Os policiais combinaram, inclusive, de se
encontrarem para o ato vestidos com calção azul e camiseta branca,
roupas e cores do fardamento utilizado pelos presidiários do Estado. A
ação faz parte da mobilização feita pela categoria desde o dia 20 de
dezembro, em reivindicação ao pagamento dos salários de novembro,
dezembro, 13º e condições de trabalho.
"Não temos o que comer, não temos equilíbrio
psicológico para trabalhar, então amanhã todo mundo estará na Degepol
esperando levar voz de prisão. Se o nosso salário estivesse em dia, nós
não estaríamos nem aqui reunidos", afirmou Nilton Arruda, presidente do
Sinpol. Em nota, o sindicato informou que ainda não foi oficialmente
notificado sobre a determinação do desembargador e que teria sido
comunicado somente de forma extra-oficial pela Delegada Geral.
“Os policiais não estão em estado de greve,
estão em estado de necessidade. Eles estão cobrando o pagamento dos
salários atrasados para que possam ter condições de se alimentar e de se
deslocar ao trabalho e, então, exercerem suas atividades normalmente”,
dizia o comunicado. Até o momento, o Governo do Estado não possui
previsão para os pagamentos de salários da categoria.
Sobre a ação do Sinpol, o desembargador
Cláudio Santos não quis tecer comentários. Questionado pela reportagem
da TRIBUNA DO NORTE, afirmou apenas que a decisão é da justiça pública e
agora está sob responsabilidade do Governo do Estado, da Procuradoria e
do Ministério Público.
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