O Brasil acaba de divulgar os dados de alfabetização infantil referentes ao ano de 2024, e os resultados preocupam. Segundo o Ministério da Educação (MEC), apenas 59,2% das crianças brasileiras da rede pública foram alfabetizadas até o fim do 2º ano do ensino fundamental — número abaixo da meta de 60% estabelecida pelo Compromisso Nacional Criança Alfabetizada.
O destaque negativo vai para o Rio Grande do Norte, governado pela petista Fátima Bezerra (PT), que registrou apenas 39,3% das crianças alfabetizadas até o 2º ano, ficando entre os oito piores estados do país. Isso significa que mais da metade das crianças potiguares não atingiram as competências básicas de leitura e escrita, como interpretar textos simples, tirinhas ou escrever bilhetes e convites.
Apesar de o MEC ter atribuído parte da queda na média nacional à situação emergencial do Rio Grande do Sul — que teve uma redução brusca de 63,4% para 44,7% por conta das enchentes —, não há justificativa climática ou de calamidade no Rio Grande do Norte que explique o fraco desempenho. A realidade potiguar expõe uma grave crise na alfabetização e no ensino básico, sob responsabilidade direta do governo estadual.
Em comparação, estados como o Ceará (85,3%), Goiás (72,7%) e Minas Gerais (72,1%) mostraram avanços expressivos, servindo de exemplo de políticas públicas bem aplicadas e continuidade de investimentos eficazes na educação básica. Enquanto isso, no RN, os resultados mostram que a educação das crianças foi negligenciada, mesmo com os recursos federais disponibilizados por meio do programa de alfabetização.
O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada prevê que, até 2030, 80% das crianças estejam alfabetizadas no 2º ano. Para isso, as metas intermediárias são ambiciosas: 64% em 2025 e 67% em 2026. No ritmo atual, o Rio Grande do Norte está muito longe de atingir esses objetivos, o que pode comprometer o futuro de milhares de crianças em idade escolar.
É hora de encarar os números com seriedade e cobrar do governo estadual uma resposta à altura do desafio. A alfabetização é o primeiro passo para uma educação de qualidade. E no RN, esse passo está sendo falhado.
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