terça-feira, 24 de junho de 2025

Estudo diz que mais de 500 espécies de aves podem desaparecer entre os próximos 100 anos

Entre as aves em grande ameaça estão papagaio-do-mar, a rola-europeia e a abetarda-grande.

Um estudo publicado nesta terça-feira (24) na revista Nature Ecology and Evolution mostrou que mais de 500 espécies de aves podem ser extintas do planeta ao longo dos próximos 100 anos.

A afirmação surgiu de uma análise de dados de 10 mil aves, além de usar informações da União Internacional para a Conservação da Natureza. Entre as aves em grande ameaça estão papagaio-do-mar, a rola-europeia e a abetarda-grande.

Entre os motivos do desaparecimento estariam a perda de seu habitat natural, além das alterações climáticas e da caça. Mesmo que esses fenômenos sejam retirados da discussão, ainda cerca de 250 espécies correriam risco
'Enfrentamos uma crise de extinção de aves sem precedentes nos tempos modernos', diz a principal autora do estudo, Kerry Stewart, da Universidade de Reading, em um comunicado.

Segundo Stewart esse é o triplo do número de aves extintas nos 500 anos anteriores, reforçando ainda mais que são necessários 'programas únicos de recuperação'.

Os pesquisadores defendem que os esforços de conservação, mesmo que pequenos e sem grandes impactos, já são essenciais para ajudar ao menos uma espécie. Uma dessas medidas citadas é do condor-da-califórnia, a maior ave da América do Norte, que estava extinto e agora, com técnicas de preservação, há cerca de 350.

'Muitas dessas aves já estão tão ameaçadas que a redução dos impactos humanos por si só não as salvará. Essas espécies precisam de programas especiais de recuperação, como projetos de reprodução e restauração de habitat, para sobreviver', comenta Stewart.

Em entrevista ao The Guardian, o cientista-chefe da BirdLife International, Stuart Butchart, que não participou do estudo, as áreas de proteção podem desempenhar um papel importante, especialmente para redução das ameaças humanas.

'No entanto, algumas espécies exigem esforços de recuperação direcionados, envolvendo intervenções como reprodução e soltura em cativeiro, translocação ou alimentação suplementar, para superar as barreiras à recuperação. Este artigo se soma a um crescente conjunto de evidências que mostram que ações em todo o contexto serão necessárias para impedir que ações humanas levem espécies à extinção', completa.

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