O comércio potiguar aposta em um Dia dos Namorados aquecido este ano. A expectativa é que a data injete mais de R$ 431 milhões na economia do estado, segundo levantamento do Instituto Fecomércio RN (IFC). O volume representa um crescimento de 11,7% em comparação a 2024. Entre os fatores que impulsionam o otimismo dos comerciantes estão o aumento do ticket médio, a busca por presentes com valor afetivo e o fortalecimento do consumo experiencial, em sintonia com os festejos juninos, que este ano foram ampliados em cidades como Natal e Mossoró.
Na capital, o valor médio que os consumidores pretendem gastar subiu para R$ 167,09, o maior dos últimos seis anos. As roupas (38,6%) lideram a lista de desejos, seguidas por perfumes (23,1%) e calçados (12,8%). É nesse cenário que comerciantes como Alícia Geovânia – gerente de uma loja de vestuário – estão se preparando. “O movimento sempre aumenta. A gente já lançou uma coleção pensando nos casais, com aqueles “kits combinadinhos”, que são muito procurados”, conta. Neste caso, a loja prepara peças masculinas e femininas formando o par com a mesma cor, ou mesmo modelo.
Alícia explica que pode ser uma bermuda com uma blusa, um short com uma camisa gola polo. “Além disso, ajudamos o cliente a montar looks, porque muitos chegam sem ideia do que comprar”, conta. Segundo ela, a expectativa é de que o movimento dobre entre os dias 10 e 12 de junho.
Outro setor que ganha força na data é o de perfumaria, segundo item mais procurado na capital. Jainara Rodrigues, vendedora em um quiosque especializado, confirma essa tendência. “O preço fica o mesmo, mas costuma aumentar bastante o movimento. A gente prepara kits promocionais, como dois itens por R$ 99,90 ou três por R$ 139,90. É uma economia que a gente oferece para o cliente presentear quem ama nesta data”, diz.
A vendedora relata que o fluxo de clientes cresce cerca de 70% na semana da data e afasta qualquer superstição que aponte que presentear com perfumes causa o fim da relação. “É só lenda e falatório. A gente tenta conversar com o cliente que o perfume é essencial para o dia a dia e sempre vende muito, porque tanto homem quanto mulher gosta de andar cheiroso e estar com gente cheirosa ”, comenta.
Para além da economia na hora de pagar o presente, a pesquisa da Fecomércio RN mostra ainda que, pela primeira vez em Natal, a marca dos produtos se tornou mais importante na decisão de compra do que o preço. Mesmo assim, a maioria (70%) pretende comprar apenas um presente, embora tenha aumentado o número de consumidores dispostos a levar mais de um item.
Em Mossoró, o cenário também é favorável. Mais da metade dos consumidores (52,8%) pretende celebrar o Dia dos Namorados, sendo o maior percentual desde 2019. Por lá, o gasto médio gira em torno de R$ 153 e, da mesma forma que em Natal, as roupas seguem na liderança, seguidas de perfumes e calçados. Na cidade do Oeste, as promoções ainda são o principal atrativo, mas a preocupação com a qualidade e a marca dos produtos também vem crescendo.
O presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, avalia que o bom desempenho reforça uma tendência observada nas últimas datas comemorativas. “O crescimento dos gastos com comemorações reforça o apelo emocional da data e sinaliza um foco maior no consumo afetivo e experiencial, comportamento que vem se consolidando no período pós-pandemia”, destaca. Ele também alerta para a importância de o varejo aproveitar o fluxo das festas juninas, investindo em produtos que conectem o clima de romance ao ambiente festivo típico deste período.
Pagamentos
A popularização do PIX e a preferência pelo crédito refletem a busca por praticidade, segurança e rapidez dos comerciantes neste dia dos namorados, além da adesão dos comerciantes às soluções digitais.
O cartão de crédito, usado por 55,3% dos consumidores, é a principal forma de pagamento nas compras do Dia dos Namorados em Mossoró. O PIX e as transferências aparecem em segundo lugar, com 25,8%, enquanto o dinheiro, antes líder, caiu para 10,6%. O débito representa apenas 7,6% e outras formas somam 0,8%. O cartão de crédito subiu de 30,2% em 2019 para 55,3% em 2025, e o PIX, que surgiu em 2023 com 6,8%, já chega a 25,8%. O dinheiro despencou de 43,5% para 10,6%.
Em Natal, PIX e transferência lideram com 40,5%, seguidos pelo cartão de crédito, com 42,7%. O uso de dinheiro caiu para 5,9%, enquanto o débito ficou em 10,5%. Até 2020, o dinheiro era o meio mais usado para pagamentos.
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