Currais Novos (RN), 08 de maio de 2025 – Um grupo formado por movimentos sociais, coletivos feministas, entidades estudantis, organizações de direitos humanos e lideranças comunitárias lançou, nesta quarta-feira (8), um abaixo-assinado público exigindo justiça no caso do assassinato de Zaira Dantas Silveira Cruz, jovem natural de Currais Novos, morta de forma brutal durante o carnaval de 2019, na cidade de Caicó.
O documento, que já circula de forma ampla pelas redes sociais e por meio de mobilizações presenciais, é endereçado a diversas autoridades do estado, entre elas o presidente do Tribunal de Justiça do RN, desembargador Ibanez Monteiro, o juiz do caso, Valter Antônio Silva Flor Júnior, além da Corregedoria-Geral de Justiça, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública, parlamentares e órgãos de defesa da mulher. O texto também foi encaminhado à governadora do Estado, professora Fátima Bezerra, solicitando atenção especial ao caso e reforço nas políticas públicas de combate à violência de gênero.
O principal objetivo da mobilização é pressionar por celeridade, transparência e rigor na condução do julgamento, previsto para o próximo dia 2 de junho de 2025, em Natal. Embora a sessão do júri ocorra em caráter fechado ao público, os signatários do manifesto alertam que o silêncio institucional e o apagamento social não podem prevalecer sobre um crime marcado por claros indícios de feminicídio.
“Zaira foi vítima de um sistema que falha em proteger mulheres. Exigimos que esse caso seja tratado com a seriedade que merece e que a justiça seja feita — de forma visível, com responsabilidade e com compromisso com a verdade”, afirma o trecho central do documento.
Reivindicações diretas
O abaixo-assinado público elenca quatro exigências principais às autoridades competentes:
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Celeridade no julgamento e total comprometimento com a verdade dos fatos.
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Reconhecimento do crime como feminicídio, nos termos da legislação brasileira.
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Transparência e ampla divulgação institucional das decisões judiciais.
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Compromisso com a memória de Zaira e com a não repetição de crimes similares, por meio de ações educativas e políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência contra mulheres.
Símbolo de luta e resistência
Zaira Dantas, jovem alegre e cheia de sonhos, tornou-se símbolo de uma luta que ultrapassa os limites geográficos do Seridó. O seu nome passou a representar a dor de muitas famílias e a urgência de transformar a forma como a justiça e o poder público lidam com os casos de violência contra a mulher no Rio Grande do Norte.
A mobilização pede ainda o engajamento da sociedade civil por meio de assinaturas no abaixo-assinado, como forma de demonstrar apoio à causa e fortalecer a pressão social em torno do julgamento.
“Zaira vive em nossa luta. A justiça precisa ser feita — e precisa ser vista”, reforça o documento.
A iniciativa já conta com muitas adesões e pretende ampliar ainda mais sua visibilidade nas próximas semanas, especialmente com a proximidade do julgamento.
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