Tomou posse neste sábado (29), o nono bispo da Diocese de Petrolina. Dom Antônio Carlos Cruz Santos, 62 anos, carioca, que atuava como bispo de Caicó, no Rio Grande do Norte, vai substituir Dom Francisco José Canindé Palhano.
Na manhã de sexta-feira (28), em
uma coletiva com a imprensa, o novo bispo, filho de pais nascidos em Penedo
(AL) falou de sua experiência com o Nordeste.
“Foi uma experiência muito boa.
Gostei muito do Sertão e acho que o fato de eu ter o sangue nordestino,
facilitou. Eu dizia que gostava muito de Caicó, mas não gostaria de ser bispo a
vida inteira só em Caicó, porque eu acho que toda missão tem que ter começo,
meio e fim. É bom que a gente passe, para que permaneça aquele que sempre
permanece, Jesus Cristo”, comentou o religioso.
Dom Antônio, nomeado pelo Papa
Francisco, falou da igreja como um espaço de acolhimento a todas as pessoas,
principalmente, aos que mais necessitam de atenção.
“O amor de Deus tem nome, e
chama-se: misericórdia. Por isso, tem lugar para todos na igreja (…) Quando
estou em uma igreja, por exemplo, que chega um dependente químico, com certeza
cria um incômodo, mas eu penso com meus botões: ‘lá vem Jesus para a missa
dele’.” declarou o novo bispo.
Dom Antônio destacou a
importância da comunicação para a democracia e para o combate às notícias
falsas.
“Não se constrói uma democracia
em cima de uma mentira. Para nós, enquanto experiência cristã, é a verdade.
‘Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’. E a verdade é Jesus
Cristo”.
“Chego em Petrolina com muita
disponibilidade, tentando entender os sinais de Deus”, anunciou o novo bispo.
Inclusão e humanidade
Em agosto de 2017, quando atuava
em Caicó, Dom Antônio Carlos Cruz Santos, foi criticado por uma fala durante
uma missa, em que disse que a homossexualidade “é um dom de Deus”.
Na época ele se defendeu e
disse: “Minha intenção é de salvar vidas, contribuindo para que possamos
superar os preconceitos que matam”, declarou em nota.
Dom Antônio esclareceu que fez a
declaração em razão do alto índice de suicídios na região Seridó. Ele diz que,
ao receber pessoas para falar sobre seus conflitos, percebeu que a maior parte
é de ordem afetiva.
“Dentro do contexto, abordei o
tema dos irmãos e irmãs com orientação homoafetiva, procurando enxergá-los de
uma forma evangélica, por isso me dirigi aos que sofrem por causa desta
condição. Em geral, a orientação sexual não é uma opção, pois em determinado
momento da vida a pessoa se descobre com esta ou aquela tendência. Opção é a
forma como a pessoa viverá essa orientação”.
O bispo afirmou que não quis
induzir ninguém ao erro, mas seguiu as orientações da igreja e do Papa
Francisco. “(…) Como o Papa Francisco já nos pediu bastante vezes, as pessoas
já sabem de cor a doutrina da Igreja sobre aborto, divórcio e atos
homossexuais. Ele pede de nós que não fiquemos obcecados em sempre insistir no
pecado aumentando a ferida cada vez mais dessas pessoas, mas insistamos que a
igreja está de portas abertas para acolher, instruir, discernir, amar a fim de
levar a salvação a todos sem exceção”, escreveu, em nota.
“Em razão da minha prometida fidelidade ao Sucessor de Pedro, o Papa Francisco, estou procurando colocar em prática os ensinamentos do seu magistério e suas orientações pastorais sobre o tema em questão.
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