terça-feira, 16 de abril de 2024

Carnaúba dos Dantas: População local não tem conseguido acessar áreas do Geoparque Seridó

Os moradores de Carnaúba dos Dantas (RN) e de outros municípios próximos estão enfrentando dificuldades para acessar uma parte das áreas do Geoparque Seridó. Uma denúncia enviada à Agência SAIBA MAIS apontou que "atualmente a área com a maior concentração de sítios arqueológicos do RN está fechada pela empresa Casa dos Ventos. Também é um lugar com muitas cachoeiras, que os locais usavam para lazer e visitar o lugar onde seus ancestrais deixaram marcas".

Joadson Silva, arqueólogo colaborador do Instituto Seridó Vivo, explicou que se trata das áreas Riacho do Bojo/Olho d'Água e Riacho do Cardão, que foram privatizadas em 2023 pela empresa Ventos de São Cléofas Energias Renováveis, do grupo Casa dos Ventos Energias Renováveis, para a construção do complexo eólico Pedra Lavada. Essa região possui mais de 50 sítios arqueológicos, incluindo a Cachoeira dos Fundões, muito visitada pela população local durante o período de chuvas. É importante destacar que a maior área de sítios arqueológicos do Geoparque fica em Carnaúba dos Dantas.

Além da importância científica e turística, essa região privatizada tem um significado especial para a população do Seridó, especialmente dos municípios de Carnaúba dos Dantas, Acari e Picuí.

"É uma área que a população usa para o lazer, como para se banhar na Cachoeira dos Fundões e outras cascatas existentes nos cursos d'água quando acontecem essas cheias", ressaltou o arqueólogo, referindo-se ao período de chuvas. "E agora essas pessoas estão sem conseguir acessar essa cachoeira para se banhar e contemplar a natureza".

Além do direito ao lazer, a população local também visita esses espaços para se conectar com a própria ancestralidade, lembrou Silva.

O professor Fabio Mafra Borges, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), campus Caicó, destacou a questão do patrimônio arqueológico da região. "É um tipo de bem cultural que geralmente fica relegado a segundo plano e subutilizado como recurso turístico.

Nenhum comentário :

Postar um comentário