O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma hoje (1º) os trabalhos do 
segundo semestre de 2018. O fim do período de recesso na Corte será 
marcado pelos últimos 40 dias do mandato da presidente, ministra Cármen 
Lúcia, que deixará o cargo após dois anos comandando o STF no cargo. A 
partir de 12 de setembro, o ministro Dias Toffoli será o novo presidente
 até 2020.
Para encerrar sua gestão, Cármen Lúcia colocou em julgamento 
processos com relevância social, como um recurso para garantir a um 
transexual o direito de mudar o nome no registro de nascimento sem 
necessidade de cirurgia de mudança de sexo; e a definição sobre a idade 
mínima em que crianças podem ser matriculadas no ensino fundamental nas 
escolas públicas e particulares, além da ação que trata da possibilidade
 de pais dispensarem as escolas e educarem seus filhos em casa. Além 
disso, está marcada uma audiência pública para discutir a 
descriminalização do aborto.
No dia 15 de agosto, o plenário voltará a analisar a questão da mudança de registro civil para transexuais.
Em março, o STF reconheceu o direito
 em uma ação protocolada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mas
 o desfecho do processo - que tinha começado a ser julgado e teria 
validade para um caso específico - foi adiado por um pedido de vista do 
ministro Marco Aurélio.
Educação
Nesta quarta-feira, o STF voltará a debater a idade mínima em que 
crianças podem ser matriculadas no ensino fundamental nas escolas 
públicas e particulares. Os ministros julgarão duas ações, uma da 
Procuradoria Geral da República e outra do estado do Mato Grosso do Sul,
 contra resoluções editadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), em
 2010.
As normas definiram que a matrícula no primeiro ano do ensino 
fundamental só pode feita se a criança tiver completado 6 anos de idade 
até 31 de março do ano da matrícula. Dessa forma, se ainda tiver 5 anos,
 a criança deve continuar na educação infantil até completar o critério.
Também sobre educação, no dia 30 de agosto, o STF deve julgar uma 
ação que trata da possibilidade de pais se recusarem a matricular seus 
filhos em escolas públicas ou privadas tradicionais e educá-los em casa.
 A prática, conhecida como homeschooling, não tem previsão na 
legislação.
Lava Jato
Nos processos envolvendo a Operação Lava Jato, o julgamento mais 
aguardado é o do recurso no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da 
Silva pretende ganhar liberdade.
O caso pode ser julgado após o recesso, mas a data ainda não foi 
definida por Cármen Lúcia, responsável pela elaboração da pauta de 
julgamentos.  
Descriminalização do aborto
Na próxima sexta-feira (3), o STF iniciará a audiência pública convocada para discutir a descriminalização do aborto. Os debates deverão auxiliar a ministra Rosa Weber na elaboração de seu voto sobre a questão, que ainda não tem data para ser julgada. [inserir link -
Rosa Weber é relatora de uma ação protocolada no ano passado, na qual
 o PSOL questiona a constitucionalidade de artigos do Código Penal que 
preveem pena de prisão para mulheres que cometem aborto nos casos não 
autorizados por lei.
Atualmente, o aborto só é permitido em caso de estupro, fetos anencefálicos ou para salvar a vida da gestante.
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