A Empreguei surgiu em 2015, com o
objetivo de fazer os candidatos acharem a empresa perfeita para eles (e
vice-versa)
Início do ano não é apenas um
período para tirar férias e relaxar: para muitos brasileiros, é o início da
corrida por um novo emprego. Não é para menos: a taxa de desocupação no Brasil
ficou em 12% no último trimestre de 2017, de acordo com os dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. É a maior taxa para o período
analisado desde o início do estudo, em 2012.
Assim que começa a busca por
vagas, os candidatos enfrentam os problemas recorrentes na área de
recrutamento: sair distribuindo currículos ou cadastrar-se em diversos sites
para obter retorno praticamente nulo.
O empreendedor Macio Furtado
resolveu criar uma startup para solucionar tais dores. Assim nasceu a Empreguei: um negócio que funciona de
forma similar ao Tinder, mas dando matches em oportunidades de trabalho.
Criação do negócio
A ideia do Empreguei surgiu em
2015, a partir da análise de Furtado sobre os problemas que não apenas os
candidatos enfrentam, mas também as empresas que recrutam. “Enquanto o processo
usual de busca de emprego é frustrante, as empresas recebem uma enxurrada de
currículos apenas para ter 85% de inadequação entre candidatos e vagas.”
Esse não é um mercado pequeno:
segundo o empreendedor, há 75 milhões de pessoas na força de trabalho
brasileira, além de 7 milhões de empresas. O mercado de recrutamento e seleção
com foco em vagas administrativas e operacionais – que são também a escolha
da Empreguei – gera em torno
de 40 bilhões de reais por ano.
Furtado já empreendia desde 2008,
sendo na época responsável por um software financeiro na nuvem para grandes e
médias empresas. Para fundar a Empreguei, chamou outros dois sócios da área de
tecnologia: Felipe Israel e Fernando Gomes.
O negócio foi fundado em agosto
de 2016, sete meses após eles deixarem seus respectivos empregos para
desenvolver um mínimo produto viável (MVP). O investimento até agora foi de 700
mil reais, aportado tanto pelos sócios quanto por amigos e familiares.
Como funciona?
Para criar o Empreguei, os
empreendedores se inspiraram em outras empresas de tecnologia, como LinkedIn,
Salesforce e Tinder. “Assim como na Salesforce, a empresa pode montar da forma
que quiser o serviço contratado – no caso, o processo seletivo. Do lado dos
usuários, como no LinkedIn, eles preenchem o seu próprio perfil. Por fim, como
no Tinder, há um match feito pela plataforma entre as duas partes.”
O candidato pode se cadastrar
gratuitamente e visualizar as vagas disponíveis – tanto na versão para desktop
quanto para Android. O diferencial do Empreguei para qualquer outro site de
vagas está em encontrar as melhores oportunidades para o perfil de cada
usuário.
Para isso, além de preencher
informações como especializações, local de residência, experiências anteriores
e pretensão salarial, o visitante também passa por um teste vocacional, com
aspectos comportamentais – e pode descobrir, por exemplo, se possui um perfil
mais gerencial ou mais técnico.
As empresas, então, recebem uma
lista de candidatos para cada processo seletivo criado. Os usuários são
ranqueados com base tanto nas informações inseridas quanto no teste vocacional.
Dentro do Empreguei, o processo é 100% online e não é preciso enviar anexos,
como os famigerados currículos. Quem tem mais identificação com a vaga pode
seguir adiante no processo – para uma entrevista presencial, por exemplo.
Além da curadoria de candidatos,
o Empreguei afirma que outro benefício da plataforma é a rapidez de seleção.
“Nossa meta é fechar uma vaga em até 24h, contando a partir do momento em que a
empresa publica a vaga e recebe os candidatos correspondentes”, diz Furtado.
Nos primeiros meses de operação,
o Empreguei já havia alcançado 4 mil candidatos e 400 empresas. Hoje, são 16
mil candidatos e 1.600 empresas – a média de 10 candidatos por empresa é a
ideal para gerar a quantidade de competição necessária, afirma Furtado. No
momento, há 200 vagas ativas.
Alguns negócios que estão na
plataforma são a rede de padarias Benjamin Abrahão, a imobiliária Lopes e a
Porto Seguro. Como monetização, a startup cobra uma taxa de 79 reais por vaga
publicada.
O Empreguei resolveu focar em
oportunidades de trabalho como auxiliar administrativo, atendimento ao cliente,
secretária e vendedor. “Isso porque as empresas possuem pouco orçamento para
processos seletivos em vagas como essas, de salário reduzido. Assim, há
diversos problemas de contratação e muita ineficiência nesse mercado.”
Nos um ano e quatro meses de vida
do negócio, 220 candidatos foram contratados, após passarem por 2.000
entrevistas e 4.000 matches gerados pela plataforma.
Planos
Para 2018, a meta do Empreguei é
triplicar seus números: ter entre 50 e 60 mil candidatos e de 500 a 600
empresas. O ponto de equilíbrio ainda não foi atingido, mas a expectativa é
chegar a ele ainda no primeiro trimestre.
Assim que as contas se
equilibrarem, o plano é buscar um novo investimento. Isso porque o Empreguei
quer expandir para outros estados brasileiros além de São Paulo, onde opera
hoje. “Temos demanda para isso. Vários candidatos de outros estados já se
cadastraram na nossa plataforma”, diz Furtado.
Este conteúdo foi originalmente
publicado na Exame.com
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