sábado, 11 de fevereiro de 2017

Marinha retira 716 itens proibidos da PEP

TRIBUNA DO NORTE

Yuno Silva
Repórter

A presença de tropas da Forças Armadas alterou a rotina na Penitenciária Estadual de Parnamirim – PEP na manhã de ontem (10). A partir das 8 horas, fuzileiros navais vindos do Rio de Janeiro entraram no presídio para iniciar procedimentos da Operação Varredura. Cerca de 500 militares da Marinha, de unidades potiguares e cariocas, foram mobilizados para dar suporte à ação – que conta com apoio das forças de segurança pública do Rio Grande do Norte. Autorizada por decreto presidencial publicado no dia 17 de janeiro, e solicitada pelo governador Robinson Faria, a operação apreendeu 716 itens proibidos para manuseio dos presos, como armas, munição, drogas e aparelhos de telefonia móvel.
Magnus Nascimento
Os acessos em um raio de 250 metros da Penitenciária de Parnamirim foram bloqueados e monitorados por fuzileiros navais

Os fuzileiros retiram da PEP, oito celulares, 216 armas brancas, oito baterias, 11 chips de celulares, 48 materiais suspeitos de narcóticos e 425 outros itens proibidos. A PEP é a primeira unidade prisional do RN, e a terceira do País, a receber tropas das Forças Armadas para vistoria e inspeção. Já foram realizadas intervenções por militares (no caso do Exército) em penitenciárias de Roraima e do Amazonas, estados onde também houve rebeliões semelhantes a que sacudiu Alcaçuz entre os dias 14 e 27 de janeiro.
A Marinha do Brasil, através do comando do 3º Distrito Naval, é responsável pela operação em solo potiguar. Por questões de segurança não foi adiantado quantos fuzileiros vieram do Rio de Janeiro nem se haverão novas intervenções em outros presídios do RN. O comando geral da operação é exercido pelo vice-Almirante Renato Rodrigues de Aguiar Freire, já o nome e a patente do comandante da intervenção não foi informado. "O sigilo faz parte do plano de ação", informou o Capitão de Mar e Guerra Cleber Ribeiro, porta-voz da operação.
Ribeiro frisou que a condição primordial para a intervenção é que não haja nenhum contato dos militares com os apenados. Para tanto, agentes penitenciários e efetivo do Grupo de Operações Especiais deslocaram os presos de forma que pudessem deixar livre o local da inspeção – após os procedimentos em uma determinada área, os presos passavam para o espaço recém vistoriado permitindo passagem dos militares para o local seguinte.

       Magnus Nascimento
Operação dos fuzileiros navais, que também atingiu o entorno da PEP em Parnamirim, é a terceira realizada pelas Forças Armadas no país

"Os fuzileiros navais que participam da ação possuem grande experiência. Atuaram durante a Copa do Mundo e Olimpíada; em áreas de conflito no Rio; e em países como Haiti e Líbano", destacou o porta-voz. Os militares trouxeram equipamentos de raio-x, detector de metal e cães farejadores.
“A duração de cada intervenção depende do tamanho da unidade prisional, da logística da movimentação interna e da configuração da arquitetura. Não temos como precisar qual o tempo necessário para se concluir a inspeção", informou Cleber Ribeiro. No momento dessa declaração do Capitão de Mar e Guerra, a ação na PEP já durava 4 horas.
Os acessos à Penitenciária de Parnamirim foram bloqueados pela Polícia Militar, e monitorados pela Marinha. Profissionais da imprensa, que acompanharam o desenrolar da ação, foram recepcionados em tendas montadas a cerca de 250 metros do presídio. A captura de imagens foi permitida (com restrições) sob o controle dos militares.
O 3º Distrito Naval fez balanço da Operação Varredura no fim da tarde de ontem.

       Magnus Nascimento
Região foi vasculhada e quem circulou pelo local foi abordado

Operação Potiguar II
A intervenção de fuzileiros navais na Penitenciária Estadual de Parnamirim – PEP deu-se seis dias após o término da Operação Potiguar II. Entre os dias 20 de janeiro e 4 de fevereiro, ainda durante a rebelião em Alcaçuz e os ataques incendiários a ônibus que deixaram o natalense sem transporte urbano regular, 1,8 mil militares das três forças reforçaram o patrulhamento na Região Metropolitana de Natal. No dia 6, o ministro da Defesa, Raul Jungmann esteve em Natal para avaliar os resultados da Operação Potiguar II. Na ocasião, o governador Robinson Faria declarou que a ação “atingiu o objetivo de restabelecer a ordem pública”.
“As Forças Armadas, em conjunto com as polícias do RN, restabeleceram a ordem e devolveram ao Estado a normalidade que estava ameaçada com incêndios a veículos e ataques a prédios públicos”, disse o ministro durante o encontro. Ao longo de 20 dias, tempo de vigência da Operação Potiguar II, foram realizadas 3.879 ações de policiamento motorizado, a pé e fluviais que resultaram na apreensão de drogas, munições, armas, explosivos e pessoas.

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