Yuno Silva
Repórter
A presença de tropas da Forças Armadas alterou a rotina na Penitenciária
Estadual de Parnamirim – PEP na manhã de ontem (10). A partir das 8
horas, fuzileiros navais vindos do Rio de Janeiro entraram no presídio
para iniciar procedimentos da Operação Varredura. Cerca de 500 militares
da Marinha, de unidades potiguares e cariocas, foram mobilizados para
dar suporte à ação – que conta com apoio das forças de segurança pública
do Rio Grande do Norte. Autorizada por decreto presidencial publicado
no dia 17 de janeiro, e solicitada pelo governador Robinson Faria, a
operação apreendeu 716 itens proibidos para manuseio dos presos, como
armas, munição, drogas e aparelhos de telefonia móvel.
Magnus Nascimento
Os acessos em um raio de 250 metros da Penitenciária de Parnamirim foram bloqueados e monitorados por fuzileiros navais
Os fuzileiros retiram da PEP, oito celulares, 216 armas brancas, oito
baterias, 11 chips de celulares, 48 materiais suspeitos de narcóticos e
425 outros itens proibidos. A PEP é a primeira unidade prisional do RN, e
a terceira do País, a receber tropas das Forças Armadas para vistoria e
inspeção. Já foram realizadas intervenções por militares (no caso do
Exército) em penitenciárias de Roraima e do Amazonas, estados onde
também houve rebeliões semelhantes a que sacudiu Alcaçuz entre os dias
14 e 27 de janeiro.
A Marinha do Brasil, através do comando do
3º Distrito Naval, é responsável pela operação em solo potiguar. Por
questões de segurança não foi adiantado quantos fuzileiros vieram do Rio
de Janeiro nem se haverão novas intervenções em outros presídios do RN.
O comando geral da operação é exercido pelo vice-Almirante Renato
Rodrigues de Aguiar Freire, já o nome e a patente do comandante da
intervenção não foi informado. "O sigilo faz parte do plano de ação",
informou o Capitão de Mar e Guerra Cleber Ribeiro, porta-voz da
operação.
Ribeiro frisou que a condição primordial para a
intervenção é que não haja nenhum contato dos militares com os
apenados. Para tanto, agentes penitenciários e efetivo do Grupo de
Operações Especiais deslocaram os presos de forma que pudessem deixar
livre o local da inspeção – após os procedimentos em uma determinada
área, os presos passavam para o espaço recém vistoriado permitindo
passagem dos militares para o local seguinte.
Magnus Nascimento
Operação
dos fuzileiros navais, que também atingiu o entorno da PEP em
Parnamirim, é a terceira realizada pelas Forças Armadas no país
"Os fuzileiros navais que participam da ação possuem grande experiência.
Atuaram durante a Copa do Mundo e Olimpíada; em áreas de conflito no
Rio; e em países como Haiti e Líbano", destacou o porta-voz. Os
militares trouxeram equipamentos de raio-x, detector de metal e cães
farejadores.
“A duração de cada intervenção depende do
tamanho da unidade prisional, da logística da movimentação interna e da
configuração da arquitetura. Não temos como precisar qual o tempo
necessário para se concluir a inspeção", informou Cleber Ribeiro. No
momento dessa declaração do Capitão de Mar e Guerra, a ação na PEP já
durava 4 horas.
Os acessos à Penitenciária de Parnamirim foram
bloqueados pela Polícia Militar, e monitorados pela Marinha.
Profissionais da imprensa, que acompanharam o desenrolar da ação, foram
recepcionados em tendas montadas a cerca de 250 metros do presídio. A
captura de imagens foi permitida (com restrições) sob o controle dos
militares.
O 3º Distrito Naval fez balanço da Operação Varredura no fim da tarde de ontem.
Magnus Nascimento
Região foi vasculhada e quem circulou pelo local foi abordado
Operação Potiguar II
A intervenção de fuzileiros navais na Penitenciária Estadual de
Parnamirim – PEP deu-se seis dias após o término da Operação Potiguar
II. Entre os dias 20 de janeiro e 4 de fevereiro, ainda durante a
rebelião em Alcaçuz e os ataques incendiários a ônibus que deixaram o
natalense sem transporte urbano regular, 1,8 mil militares das três
forças reforçaram o patrulhamento na Região Metropolitana de Natal. No
dia 6, o ministro da Defesa, Raul Jungmann esteve em Natal para avaliar
os resultados da Operação Potiguar II. Na ocasião, o governador Robinson
Faria declarou que a ação “atingiu o objetivo de restabelecer a ordem
pública”.
“As Forças Armadas, em conjunto com as
polícias do RN, restabeleceram a ordem e devolveram ao Estado a
normalidade que estava ameaçada com incêndios a veículos e ataques a
prédios públicos”, disse o ministro durante o encontro. Ao longo de 20
dias, tempo de vigência da Operação Potiguar II, foram realizadas 3.879
ações de policiamento motorizado, a pé e fluviais que resultaram na
apreensão de drogas, munições, armas, explosivos e pessoas.
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