O MP-RN (Ministério Público
do Rio Grande do Norte) ingressou com uma ação pedindo a cassação da
governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e do secretário estadual de
Planejamento, Francisco Obery Rodrigues. Eles são acusados de manipular
dados do orçamento para reduzir o repasse de verbas aos outros poderes do Estado.
Em julho de 2013, o governo estadual anunciou que, por conta da
queda de receita, teria de reduzir em 10,7% os repasses previstos no
orçamento para os tribunais de Contas e de Justiça, Ministério Público e
Assembleia Legislativa. A medida abriu uma crise entre os poderes, que reclamaram da medida.
A ação ingressada pelo procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis
Lima, na última sexta-feira (14), diz que a governadora e o secretário
manipularam dados das contas públicas “sob o pretexto de [mostrar] uma
suposta frustração na arrecadação da receita estipulada para o ano”.
Segundo o MP-RN, após análise das contas, teria ficado
provado que, no ano passado, o governo contou com um aumento “em todas
as suas principais fontes de receitas”, o que contraria o que o órgão
chamou de “falacioso discurso de crise financeira.”
“O decurso do tempo se encarregou de mostrar que tal índice nada
mais era do que uma pura invenção da chefe do Poder Executivo e de seu
secretário do Planejamento e das Finanças, um achado aleatório sem
qualquer base fática”, diz a ação.
O MP-RN acusa Ciarlini e Rodrigues de, com o corte nos repasses,
fazer uma “série de graves ofensas à legislação orçamentária estadual e à
Lei Complementar Federal n.º 101/2000.”
O procurador alega ainda que o governo deixou de fazer sua parte ao
não cortar gastos do Executivo. “Durante praticamente todos os meses do
exercício de 2013, nomeou mais cargos comissionados do que exonerou”.
À Justiça, o MP pede que os acusados percam a função
pública, tenham os direitos políticos suspensos por três a cinco anos,
paguem multa e fiquem proibidos por três anos de contratar o poder público e receber benefícios, incentivos fiscais ou creditícios.
O governo do Estado informou ao UOL que os acusados ainda não foram notificados da ação até esta segunda-feira (17) e só vão se pronunciar quando isso ocorrer.
Essa foi a segunda ação do MP por improbidade administrativa contra
Ciarlini em menos de 30 dias. Em fevereiro, o MP processou a governadora
por quadro ‘caótico’ em centros para internação de menores infratores no Estado.
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