domingo, 5 de junho de 2022

Jovem brasileiro cria escola para promover paixão pela gaita-de-foles


Foi apelidado de "Pelé das gaitas de foles" porque, com mestria, promove um instrumento musical inusitado em terras brasileiras. Vestido a rigor, como um verdadeiro escocês, Jhonny Mesquita mostra a paixão que abraçou quando tinha apenas 15 anos, graças a um soldado que tocava numa banda da Marinha.

Mas num país onde o Samba é rei, o «frio» da Escócia pode criar alguma estranheza. A principio, explicava este professor de música, quando se olha "para o instrumento é um pouco estranho, devido ao uso do kilt, da saia escocesa". No início, não queria aprender porque "há um preconceito muito grande" quando se vê "um homem de saia", na região de onde é originário, do país onde nasceu.

Mas Jhonny Mesquita colocou tudo isso de parte e orgulha-se de ver jovens de bairros carenciados apaixonarem-se pela música através da gaita-de-foles, uma forma de ocupar-lhes a mente e desviá-los de outras tentações, como o crime e as drogas.

Para o público trata-se de uma experiência nova, algo que "n__ão é comum" no Brasil, mas que "é um incentivo para as crianças de hoje entenderem a cultura de outros países", como referia Maria Alice, uma reformada brasileira que assistia a uma das apresentações da banda.

Uma missão repleta de desafios. A escola que criou, em São Gonçalo, depende de doações e da criatividade para sobreviver: a maioria das gaitas de foles foi doada, principalmente do estrangeiro, os kilts são feitos pela mãe de um dos membros do grupo que chegou a ser convidado para tocar num festival na Bélgica, em julho. Faltou-lhes o dinheiro para cumprir o sonho de levar mais longe a sua música.

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