sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Sem oxigênio, Amazonas transfere pacientes por decisão judicial

Cilindros de oxigênio foram apreendidos em Manaus
A juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, da 1ª Vara Cível da Justiça Federal do Amazonas, determinou que a União e a Procuradoria-Geral do Estado se manifestem em até 24 horas sobre a ação que cobra do governo Jair Bolsonaro providências para o restabelecimento do fornecimento de oxigênio em Manaus. Com a nova explosão de casos de covid-19 no estado, o estoque de produto acabou em vários hospitais, levando pacientes internados à morte por asfixia.

Ela aponta que "compete à União imediata transferência de todos os pacientes da rede pública que por ventura estejam na iminência de perder a vida em razão do desabastecimento do insumo oxigênio, devendo encaminhá-los para outros estados". Há estimativa de que até 750 pessoas tenham de deixar Manaus para serem atendidas em outros locais.

Nove pacientes chegaram a Teresina, sendo que dois deles tiveram de ir para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Cerca de 60 bebês prematuros, internados em UTIs neonatais, iam ser transferidos em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) para outros estados de maneira preventiva, mas a medida extrema foi suspensa com a chegada de um lote de oxigênio.

Reportagem da Folha de S.Paulo tem um vídeo que mostra o desespero de familiares com a chegada de alguns cilindros de oxigênio em uma unidade hospital: "O oxigênio é Deus", relatou uma mulher em Manaus.

Vários estados brasileiros anunciaram ajuda ao Amazonas oferecendo transferência e leitos para que os pacientes recebam atendimento adequado. Além disso, o governo da Venezuela também afirmou que vai disponibilizar oxigênio para atender os hospitais amazonenses.Ontem, os cemitérios de Manaus registraram 186 sepultamentos. Desse total, 134 foram em cemitérios públicos, enquanto 52 foram realizados em espaços particulares. Antes da pandemia, o número de enterros ficava em torno de 33 por dia.

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