segunda-feira, 21 de outubro de 2019

EC Bahia lança camisa com críticas ao óleo derramado na costa do nordeste

Bahia e o gesto político engajado de protestar contra o descaso
Bahia e o gesto político engajado de protestar contra o descaso
O futebol, palco de tantas bobagens e sandices, teve, via Bahia, momentos singulares nos últimos dias. Na semana passada o seu treinador, Roger, falou com maestria sobre o racismo no futebol. Ele, negro, e o adversário daquele dia, Marcão, do Fluminense, são os únicos treinadores negros entre 20 clubes da série A - e isso é uma exceção porque o normal é que não haja negra. Mas agora o mesmo Bahia de Roger decidiu sujar as mangas, barra e gola da camisa com sinais de óleo para protestar contra o derrame inconsequente e assassino de petróleo na costa do nordeste do Brasil.

A camisa dos jogadores que nesta segunda-feira (21) entrará em campo para enfrentar o Ceará estará suja de óleo - simbolicamente.

O Clube também publicou um manifesto pela mobilização da população e pela punição dos responsáveis pelo desastre.

SOS Praia - Manchas de óleo chegaram às nossas camisas

O problema é seu. O problema é nosso.

Quem derramou esse óleo? Quem será punido por tamanha irresponsabilidade? Será que esse assunto vai ficar esquecido?

O Bahia é você, somos nós, cada ser humano.

É a forma como representamos o amor, o apego, o chamego, o sagrado, a justiça. O Bahia é a união de um povo que vibra na mesma direção, que respira o mesmo ar e que depende da mesma natureza para existir, para sobreviver.

Jogaremos nesta segunda-feira (21), contra o Ceará, em Pituaçu, com a camisa do Esquadrão manchada de óleo.

Um convite à reflexão: o que faz um ser humano atacar e destruir espaços sagrados? O lucro a qualquer custo pode ser capaz de destruir a ética e as leis que regem e viabilizam a humanidade?

A barbárie deve ser tratada como tal, não como algo natural.

Parabéns ao Bahia - ou, como dizem os torcedores, Baêa!

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