O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá
aprovar nesta semana o repasse de mais R$ 1,5 bilhão ao Tesouro
Nacional, em antecipação de dividendos referentes ao lucro de 2019. O
Conselho de Administração do BNDES se reunirá na quinta-feira, 26, para
tratar do assunto, segundo o presidente do colegiado, Carlos Thadeu de
Freitas.
No fim de agosto, o BNDES já havia antecipado o pagamento R$ 1,8
bilhão em juros sobre capital próprio (JCP) referente ao lucro do
primeiro semestre, como antecipou o Estadão/Broadcast na ocasião. O R$
1,5 bilhão de agora virá na forma de dividendos.
Com mais essa nova parcela, o total antecipado pelo BNDES em
pagamentos referentes ao lucro de 2019 chegará aos R$ 3,3 bilhões
previstos pelo Tesouro Nacional. Na sexta-feira passada, foi anunciada a
liberação de R$ 12,459 bilhões que estavam contingenciados no orçamento
de 2019.
O total de R$ 3,3 bilhões é próximo do limite de 25% do lucro líquido
de 2019 até aqui, estimado em R$ 15 bilhões. No primeiro semestre, o
lucro líquido do BNDES foi de R$ 13,808 bilhões.
As antecipações não poderão passar do mínimo de 25% (previstos na Lei
das S.A.) porque a exposição do BNDES à Petrobras limita os repasses ao
Tesouro, como já havia dito Freitas ao Estadão/Broadcast há duas
semanas. O banco precisa reter lucro no patrimônio para evitar ficar
excessivamente desenquadrado nas regras do Banco Central (BC) para a
exposição a um único cliente.
Segundo Freitas, os valores antecipados poderão ser maiores até o fim
do ano, caso o BNDES acelere as vendas das ações da Petrobras,
reduzindo a participação detida na estatal.
“O repasse pode ser de 60% do lucro, mas tem que diminuir Petrobras
na carteira”, disse o presidente do Conselho do BNDES. “Se o BNDES
tivesse vendido mais, poderia ter sido repassado mais”, completou.
Estadão Conteúdo
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